quinta-feira, 26 de abril de 2007

ORENDA

«Back in the Grave»
(No Colours Records, 2006) [4/10]

Ao fim de três penosas audições não consegui extrair deste disco nada mais do que uma constante sensação de tédio e pobreza. «Back in the Grave» é um disco de puro black metal. Mas ao mesmo tempo, na sua maior parte, é um disco oco e sem imaginação. Cada uma das músicas resume-se a um único riff que se repete incessantemente do princípio ao fim. A cadência rítmica é mantida enjoativamente constante, mesmo de um tema para o seguinte, não havendo lugar a qualquer espécie de breaks e muito menos refrões. Os teclados, quando presentes, surgem sempre no background e a guitarra solo faz-se ouvir ocasionalmente em linhas melódicas discretas evitando que o álbum seja um completo desastre. No entanto, como a mistura é sempre dominada por uma secção rítmica monótona e maçadora, estes acabam por ser aspectos que elevam muito pouco o resultado final. Quem busca metal de qualidade fica desde já avisado pois não é aqui que o vai encontrar.

in CLIP (Diário de Aveiro), 26 Abril 2007

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Edição de Abril 24, 2007

Na 1ª Hora

Passatempo
DJ Crusher Vol. 8

Oferta de cinco (5) cópias do CD Compilação da Metal Blade DJ Crusher Vol. 8, que inclui:
- 10 bandas: Six Feet Under, Vomitory, Symphorce, Monstrosity, Sonic Reign, Psyopus, entre outras;
- 19 temas extraídos dos mais recentes lançamentos;
- Mais de 70 min de destruição e morte... :-)

sábado, 21 de abril de 2007

Edição de Abril 24, 2007

Na 2º Hora:

Entrevista com Shagrath (Stian Thoresen), vocalista dos noruegueses DIMMU BORGIR a propósito do lançamento do novo álbum «In Sorte Diaboli».

"Os fãs têm sempre de se queixar!... Desta vez é porque o álbum tem poucos solos! Se tivesse muitos, então estava mal porque tinha solos a mais!... Não podemos satisfazer todos ao mesmo tempo. O importante é que nós fiquemos satisfeitos."
(Shagrath, sobre o novo disco)

quinta-feira, 19 de abril de 2007

THRESHOLD

«Dead Reckoning»
(Nuclear Blast / Recital, 2007) [9.5/10]

Álbuns de metal progressivo há muitos, mas não como este. É que «Dead Reckoning» tem a dupla virtude de agradar quase de imediato de fio a pavio, e ao mesmo tempo ser um trabalho suficientemente elaborado e com substrato técnico q.b. para fazer feliz qualquer fã do género. Neste oitavo disco de originais a banda inglesa usa e abusa de trejeitos de composição do comercial AOR, que resultam em temas não só perfeitos em todos os aspectos, como muito catchy. Este resultado fica a dever-se em muito, a refrões fortes, a linhas e arranjos vocais estudados e à maravilhosa prestação vocal de Andrew McDermott, assim como às brilhantes sequências instrumentais e aos rendilhados de teclados e guitarras de Richard West e Karl Groom. Surpreendentemente dois temas incluem o registo gutural de Dan Swano. Depois de quase duas décadas de actividade os Threshold parecem ter concretizado finalmente todo o seu talento em «Dead Reckoning». Um álbum que não vai deixar ninguém indiferente.

in CLIP (Diário de Aveiro), 19 Abril 2007

sábado, 14 de abril de 2007

Edição de Abril 17, 2007

Na 1ª Hora
Passatempo Ancient Ceremonies

Oferta de quatro (4) cópias do #13 da revista Ancient Ceremonies

Inclui:
- Entrevistas com Isahn, Zyklon, Bolt Thrower, Akercocke, Onslaught, Agathocles, entre outras;
- Centenas de reviews de CDs e DVDs;
- 76 páginas;
- CD compilação com 23 bandas e mais de 70 min.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

THORON

«Return to Dust»
(No Colours Records, 2006) [6.5/10]

Colectivo fundado por dois dissidentes dos Unmoored, este é o álbum de estreia que reúne a demo homónima gravada originalmente em 2005, e mais três novos temas. Contrariamente ao que é habitual os seis temas da demo apresentam uma qualidade de som notável que os torna quase indistinguíveis do material mais recente. Diferenças existem ao nível do conteúdo: as músicas são um pouco mais cruas e em geral mais simples, havendo honrosas excepções com riffs bem sacados e uma composição mais elaborada. A melhor parte do álbum concentra-se nos temas mais recentes onde a mesma abordagem thrash/death se apresenta mais madura e coerente, sendo também aqui que a influência dos Hypocrisy se faz sentir de forma mais marcante. Com uma sonoridade edificada sobre elementos contemporâneos e uma produção bastante polida, «Return to Dust» poderá ser até uma boa proposta para thrashers sem emenda, mas não contém virtualmente nada que já não tenha sido ouvido antes vezes sem conta.

in CLIP (Diário de Aveiro), 12 Abril 2007

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Edição de Abril 10, 2007

Na 2º Hora:

Entrevista com Hugo Santos, guitarrista/vocalista dos portugueses PROCESS OF GUILT, a propósito do lançamento do álbum «Renounce».

Process of Guilt: Revelação do doom metal nacional
Vão assegurar a primeira parte dos dois concertos de Katatonia a 11 e 12 do corrente, respectivamente no Teatro Sá da Bandeira, Porto e Paradise Garage, Lisboa. Uma oportunidade para conhecer ao vivo esta banda de Évora, responsável por um dos melhores álbuns de metal de 2006. O guitarrista e vocalista Hugo Santos falou ao Clip.

Neste momento ainda a digerir o primeiro impacto causado pelo álbum «Renounce», qual é o sentimento colectivo que se vive no seio da banda?
Estamos muito contentes, claro. A nível nacional o álbum foi muito bem acolhido e as críticas que temos vindo a receber lá de fora também têm sido, em geral, igualmente favoráveis. Este disco representa o culminar dum processo que começou com as maquetes e continuou depois com todo o esforço realizado para chegar a este resultado final que é o «Renounce». É sem dúvida um marco na nossa mini carreira.

Apesar de conter maioritariamente influências de doom tradicional, o vosso álbum tem sido muito caracterizado como post-doom. O que é que tens a dizer sobre isto?
Penso que a nossa sonoridade inclui elementos de vários estilos que nos agradam. O post-doom de bandas como Cult of Luna ou Neurosis também está representado na nossa música. Mas sem dúvida que somos uma banda mais voltada para o doom/death tradicional pois foram exactamente este género de bandas, como Katatonia e Morgion, que nos levaram a formar os Process of Guilt há uns anos atrás, tendo sido sempre dentro deste espectro sonoro que nos tentamos desenvolver.

A falta de cunho pessoal foi uma crítica recorrente à vossa mais recente demo. Achas que o álbum já inclui o traço característico que vos faltava?
Penso que sim. No «Renounce» parece-me que a sonoridade está um pouco mais definida. Durante a composição tentamos sempre fugir a colagens óbvias e imprimir a nossa própria identidade, mantendo sempre alguma coerência. Embora haja elementos que podes associar a uma miríade de bandas do género, acho que temos aqui o cunho dos Process of Guilt e isso nota-se particularmente ao nível das vozes e dos solos de guitarra.

Onde costumas ir buscar a inspiração para escrever as letras?
As letras reportam-se quase sempre a experiências pessoais ou a vivências humanas que nos circundam. Os temas que escolho nem sempre são os mais positivos pois são estes que melhor se adaptam ao conceito e à ambiência da nossa música.

E quanto aos dois concertos de Katatonia que se avizinham? O que nos podes dizer?
É sem dúvida uma honra para nós e ao mesmo tempo uma feliz coincidência pois os Katatonia são uma das maiores referências na evolução dos Process of Guilt. Não obstante a nossa música esteja mais ligada ao que a banda fez no passado, pessoalmente continuo a apreciar muito o trabalho que eles têm vindo a produzir nos últimos anos, apesar de se basear numa estética completamente diferente.


in CLIP (Diário de Aveiro), 5 Abril 2007

RIMFROST

«A Frozen World Unknown»
(No Colours Records, 2006) [7.5/10]

Menos de um ano depois da publicação do mini-CD «A Journey to a Greater End» aí está o primeiro longa duração dos Rimfrost. Formado em 2002, o colectivo sueco explora um black metal fortemente influenciado pela fase mais recente dos Immortal que se faz sentir em aspectos tão variados como o imaginário lírico, alguns riffs e estruturas musicais, assim como no tom de voz de Hravn que, com frequência, faz lembrar o crocitar de Abbath. Para além disso a música incorpora também muitos elementos de thrash e, pelo menos em alguns temas, exibe um equilíbrio quase perfeito entre as sequências de meio tempo, as tiradas mais rápidas e as (poucas) passagens atmosféricas. «A Frozen World Unknown» é um trabalho que assenta num baixo pulsante, uma bateria poderosa e criativa e uma variedade de bons riffs, que nos transportam para um mundo de paisagens desoladas numa era glacial pós-apocalíptica.

in CLIP (Diário de Aveiro), 5 Abril 2007