sábado, 26 de abril de 2008

Edição de Abril 29, 2008

Na 1ª Hora:

Entrevista com Guilhermino Martins e Patrícia Rodrigues, respectivamente guitarrista e vocalista dos portugueses THANATOSCHIZO, a propósito do último álbum "Zoom Code".

- "Acima de tudo este álbum revela uma grande amadurecimento da banda. Penso que aperfeiçoamos muito a nossa forma de compor."
- "Este disco reúne quatro componentes: o nosso estilo próprio de death metal, rock progressivo, alguma música electrónica, e elementos exóticos ou étnicos algo semelhantes aos que usamos no "Schizo Level".

HATE

«Morphosis»
(Listenable Records, 2008) [9/10]

Há cerca de dois anos encabeçavam a lista negra de bandas a abater criada pelo ultra conservador polaco Ryszard Nowak ao mesmo tempo que, indiferentes a controvérsias, inauguravam uma era sónica renovada com a introdução de elementos industriais no seu, até aí, death metal tradicional. Foi o ano do álbum “Anaclasis - A Haunting Gospel of Malice & Hatred”. Em Morphosis” Atf Sinner e Cia trazem-nos mais algumas mudanças. Os sons sintéticos continuam lá, mas agora identificam-se mais com elementos ambientais ou de electrónica futurista do que propriamente com sonoridades industriais. Apesar de rico em rajadas ultra rápidas capazes de pulverizar uma pequena comunidade católica (!), este sexto longa duração é, em média, acentuadamente mais lento, apresentando até algumas passagens melódicas ao longo dos seus oito temas. Sem grande pretensiosismo técnico e mais concentrado numa composição consistente e direccionada para os aspectos essenciais da agressão e do groove, “Morphosis” é sobretudo uma indispensável lufada de ar fresco no death metal actual, dum colectivo que ainda há pouco tempo carregava o epíteto de “ameaça para a ordem democrática”.

in CLIP (Diário de Aveiro), 24 Abril 2008

segunda-feira, 21 de abril de 2008

ROOT

«Daemon Viam Invenient»
(Shindy Productions, 2008) [6/10]

Ser conhecido e respeitado em todo o mundo sem nunca ter beneficiado, em vinte anos de carreira, da ajuda da máquina promocional de uma grande editora, é talvez uma das melhores definições do que é ser uma ‘banda de culto’. Depois de criarem com «Madness of the Graves» um dos trabalhos mais acessíveis de sempre, os lendários Root regressam ao ecletismo de registos anteriores com um disco que cruza elementos diversos, desde o dark/death metal ao gótico e até ao blues, mas que tem sobretudo a marca peculiar do colectivo Checo. Ao mesmo tempo, este é um dos álbuns menos inspirados dos últimos anos, com algumas faixas enfadonhas e até dispensáveis, e uma certa incoerência interna que faz com que soe por vezes como uma compilação de músicas soltas unidas apenas pelo mesmo fio condutor lírico. Em grande medida o disco só não descamba para um completo fiasco graças ao magnífico e amplo espectro vocal do carismático Big Boss, que parece continuar no seu melhor apesar dos seus já 55 anos de idade (!). Enfim, um momento menos feliz para os Root que nos deixa a aguardar ainda mais ansiosamente pelo próximo álbum.

in CLIP (Diário de Aveiro), 17 Abril 2008

segunda-feira, 14 de abril de 2008

15 e 22 de Abril, 2008

Edições especiais dedicadas ao maior festival português de música extrema, o SWR Barroselas Metalfest, referência incontornável actual no roteiro europeu de festivais de metal.

Por essa vila do concelho de Viana do Castelo, vão passar este ano, nos 3 dias em que decorre o evento, um total de 42 bandas, entre as quais se incluem:
ENSLAVED, BRUJERIA, NIFELHEIM, FLESHCRAWL, REGURGITATE, ROTTEN SOUND, URGEHAL, SATURNUS e MAR DE GRISES.



domingo, 6 de abril de 2008

Edição de Abril 8, 2008

Na 2º Hora:

Entrevista com Atf Sinner, guitarrista/vocalista e líder dos polacos HATE a propósito do último álbum, "Morphosis".

- "Awakening of the Liar"(2003) foi o nosso derradeiro disco de death metal tradicional. Inovar a partir daqui implicou a introdução de novos elementos - no caso, industriais"
- "Trabalhar com samples industriais é sempre 'perigoso', pois a primeira impressão que tens é que quanto mais samples adicionas, melhor. O problema é que não passa disso mesmo: uma impressão.
- "O conteúdo lirico de "Morphosis" é sem dúvida satânico, embora não assuma a perspectiva tipíca da blasfémia barata. Trata-se sim duma abordagem mais filosófica e ocultista."
- "Há dois anos viveu-se na Polónia um período de verdadeira caça às bruxas. A maioria das bandas com inclinações minimamente satânicas foram proíbidas de tocar ao vivo"
(Atf Sinner)

quarta-feira, 2 de abril de 2008

DARK SUNS

«Grave Human Genuine»
(Prophecy Productions, 2008) [8/10]

Conseguir uma identidade sonora única é, talvez, a principal aspiração da maioria das bandas. Os Dark Suns estiveram já muito perto disso mas, conscientemente ou não, dão agora um passo atrás nesse processo com um álbum que tresanda a Pain of Salvation, Fates Warning e outros quantos nomes da cena progressiva. Contudo este é um daqueles casos em que a excelência quase que desculpa a colagem, por mais escandalosa que possa parecer. “Grave Human Genuine” é de facto um disco maravilhoso de metal progressivo, de melodias mágicas de guitarra e piano, e um sem número de detalhes que se revelam a cada audição. A música percorre uma vasta gama de sonoridades, texturas rítmicas e estados de espírito, com apontamentos electrónicos e pinceladas pontuais de instrumentos menos convencionais. Gravado com a participação de Kristoffer Gildenlow (ex-baixista dos Pain of Salvation), este multifacetado terceiro registo do colectivo germânico peca apenas pelas duas últimas faixas, demasiado minimalistas e pouco ambiciosas em comparação com o restante material, mas é, ainda assim, um trabalho deslumbrante.

in CLIP (Diário de Aveiro), 3 Abril 2008