quinta-feira, 31 de maio de 2007

SULPHUR

«Cursed Madness»
(Osmose Productions / Recital, 2007) [7.5/10]

Apresentaram-se ao vivo em Coimbra no passado dia 18 (com os Unleashed e Belphegor) para promover este disco de estreia, um álbum com elementos de death e black metal em partes iguais, que apesar de não ser particularmente notável no estilo apresenta uma composição com um cunho próprio, muito madura, plena de riffs atractivos e com um óptimo equilibro entre passagens esmagadoras e alguns momentos mais delicados. Com um total de nove temas incluindo um instrumental, «Cursed Madness» é um trabalho denso e poderosíssimo com detalhes interessantes e uma execução impecável, assinado por um quarteto norueguês cuja formação inclui Øyvind Madsen, guitarrista e teclista que passou pelo line-up ao vivo dos Enslaved e Erik Heggernes, ex-baterista dos Aeternus e Gorgoroth. Com tantas estreias por aí a deixar muito a desejar, esta é uma das boas revelações a registar em 2007.

in CLIP (Diário de Aveiro), 31 Maio 2007

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Edição de Maio 29, 2007

Na 2º Hora:

Entrevista com Sander Gommans, guitarrista/vocalista dos holandeses AFTER FOREVER a propósito do lançamento do novo álbum (homónimo).


"Este álbum tem por título «After Forever» porque resume musicalmente tudo o que a banda foi no passado e é no presente, revelando ao mesmo tempo alguns aspectos do que poderá ser a nossa direcção artística no futuro."
(Sander Gommans, sobre o novo disco)

quinta-feira, 24 de maio de 2007

MAYHEM

«Ordo Ad Chao»
(Season of Mist, 2007) [9/10]

Depois de «Chimera», um álbum menos ambicioso que acabou por saber a pouco, a banda norueguesa volta a impressionar com o mesmo nível de inovação e experimentalismo que caracterizou «Grand Declaration of War» em 2000. A composição de Blasphemer, o arquitecto desta nova fase artística da banda, é complexa e única baseando-se muito em sequências lentas, quase doomy, que repentinamente são assaltadas por riffs mais rápidos e erupções de blast beats. Os temas são todos extremamente dinâmicos e fazem-se de construções por vezes caóticas, por vezes dissonantes, exigindo algumas audições para se digerir na totalidade. O regressado Attila Csihar evoluiu muito desde a sua prestação no infame «De Mysteriis Dom Sathanas», e o seu estilo actual, muito peculiar, adequa-se na perfeição à atmosfera negra e sufocante do novo trabalho. «Ordo ad Chao» é um disco sem um único momento fraco, onde a banda mais controversa da história do black metal se reinventa e se reafirma como uma força ímpar na cena contemporânea.

in CLIP (Diário de Aveiro), 24 Maio 2007

quinta-feira, 17 de maio de 2007

DHG (DØDHEIMSGARD)

«Supervillain Outcast»
(Moonfog Productions / Recital, 2007) [8/10]

Daqui a algumas décadas esta será ainda uma banda recordada, não necessariamente por este novo álbum mas sim por «666 International» esse disco incontornável que marcou com um golpe de génio a música extrema em 1999. Oito anos depois a banda emerge finalmente com «Supervillain Outcast», um álbum recheado de estruturas rítmicas ora apelativas ora estranhas, elementos electrónicos, refrões infecciosos e algumas blast beats. A música retém ainda algum do carácter avantgarde de outrora mas é bastante menos ousada em comparação com «666…». Ao mesmo tempo a maior parte dos temas baseiam-se em estruturas rock demasiado convencionais, evidenciando por vezes uma evolução numa direcção musical mais amistosa que pouco ou nada tem que ver com o legado da banda em causa. Porém, se o álbum não for observado no contexto do trabalho anterior da banda mas antes como uma manifestação artística isolada, então este é disco para ser considerado facilmente como um dos melhores álbuns do ano.

in CLIP (Diário de Aveiro), 17 Maio 2007

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Edição de Maio 8, 2007

Na 2º Hora:


Entrevista com Ben Borucki, guitarrista/vocalista dos alemães SONIC REIGN a propósito do lançamento do álbum «Raw Dark Pure».

"Os criticos têm insistido quase exclusivamente nas nossas influências de Satyricon, mas eu não acho que essas influências sejam assim tão evidentes. Até parece que a nossa música se resume a isso!"
(Ben Borucki, sobre o novo disco)

MONSTROSITY

«Spiritual Apocalypse»
(Metal Blade / Recital, 2006) [9/10]

Apesar de terem deixado em 2004 a impressão de alguma crise de ideias com o medíocre «Rise to Power», os Monstrosity estão aparentemente longe de querer abandonar a primeira liga do death metal da qual eles próprios foram precursores no início da década passada. A prova disso está à vista em «Spiritual Apocalypse», disco onde a banda de Lee Harrison apresenta uma composição das mais ricas e elaboradas de sempre, com riffs inspirados e pormenores técnicos que prendem a atenção a todo o momento. A execução é ao mesmo tempo precisa e criativa, com a percussão de Harrison muito superior ao seu habitual, o novato Mark English a debitar leads de guitarra de arrepiar a espinha, e o ainda mais novato Mike Hrubovcak a aplicar-se a plenos pulmões numa performance verdadeiramente mortífera. «Spiritual Apocalypse» retém a intensidade brutal característica do colectivo da Florida, só que desta vez o massacre sónico é infligido com o requinte e a subtileza presentes apenas nos grandes discos do género.

in CLIP (Diário de Aveiro), 3 Maio 2007