sábado, 18 de agosto de 2007

AGHORA

«Formless»
(Season of Mist, 2007) [9/10]

Em 2000 criaram uma onda de surpresa generalizada em torno de um álbum que fundiu magistralmente uma forma muito própria de metal progressivo com sonoridades e texturas exóticas. Apesar de moldado a partir da mesma matéria preciosa de que foi feito esse primeiro disco: uma composição sofisticada e dinâmica com influências que vão desde os elementos orientais ao jazz de fusão e uma execução prodigiosa, «Formless» distingue-se essencialmente pelo novo elenco de músicos que lhe dá corpo, e, em particular, pela ausência do ex-Cynic Sean Malone, ou não fossem as suas linhas de baixo um dos aspectos mais emblemáticos dos Aghora de há sete anos atrás. Mais no centro das atenções aparece agora Santiago Dobles, fundador do colectivo e um virtuoso multifacetado das seis cordas que cruza com fluidez estilos variados, de qualidades metálicas a eruditas. «Formless» é assim um disco magnífico por si só, mas que incorpora, para o bem e para o mal, todas as características inerentes à nova encarnação da banda da Florida.

in CLIP (Diário de Aveiro), 7 Setembro 2007

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

NON OPUS DEI

«The Quintessence»
(Pagan Records, 2006) [7.5/10]

Black metal ecléctico e tecnicamente elaborado, é a melhor qualificação que ocorre para descrever em poucas palavras este novo longa duração dos polacos Non Opus Dei. As treze faixas em oferta demonstram uma abordagem de composição moderna, vanguardista e inventiva, não sendo de admirar que «The Quintessence» seja um disco intrigante e difícil de assimilar, que precisa de ser escutado com insistência para que algumas faixas ‘agarrem’ finalmente. A maioria dos temas são pautados por parâmetros construtivos que extravasam os estereótipos do género, mas as ideias apresentadas nunca chegam a deslumbrar. O registo vocal, por vezes reminiscente do ex-Mayhem Maniac, é da responsabilidade do guitarrista Klimorh, e inclui algumas partes limpas ou processadas que realçam o tom demente, ritualista ou simplesmente oculto de cada música. De qualidade inconstante, «The Quintessence» poderá revelar-se como uma experiência compensadora para quem procura metal extremo, menos convencional e mais aventureiro.

in CLIP (Diário de Aveiro), 9 Agosto 2007