terça-feira, 22 de dezembro de 2009

SECRETS OF THE MOON

«Privilegivm»
(Lupus Lounge, 2009) [9.5/10]

Depois do período conturbado que atravessaram, primeiro motivado pela saída inesperada de Daevas, membro fundador, no início de 2008, e depois pelo abandono do guitarrista A.D., que tão significativamente contribuiu para a criação do último álbum, poucos apostariam num regresso em força dos Secrets of the Moon. Contudo, comprovando a máxima “o que não me mata, torna-me mais forte”, a banda aí está no seu melhor, com um disco que, mais do que brilhante, acrescenta algo de novo ao edifício sónico construído até aqui. Neste quarto registo de originais, a formação alemã, que inclui agora a baixista LSK (que passou pelos nossos Corpus Christii), modera de forma significativa a agressividade explícita das tiradas rápidas do passado, para se concentrar em temas longos que se desenvolvem lenta e gradualmente no seio de atmosferas sinistras, e em riffs cuja imponência se faz sentir até ao decair completo de cada nota. Como em «Antithesis», a composição conserva o seu carácter vanguardista, mas aqui afasta-se ainda mais dos chavões tradicionais do black metal, bem como das subtis referências ao estilo Satyricon patentes nesse disco de 2006. Versos inteligentes como sempre, com alusões veladas a temas da mitologia cristã, são cuspidos em tom inflamado por S. Golden no registo diabólico que lhe é característico, ou declamados convictamente como se de uma oração blasfema se tratasse. Com uma sonoridade assombrosa e um discurso carregado de intenção, «Privilegivm» ressoa como uma proclamação exaltada de uma nova era de escuridão. A luz no fundo do túnel acabou de se extinguir e a esperança foi a primeira a morrer.

in CLIP (Diário de Aveiro), 17 Dezembro 2009

domingo, 13 de dezembro de 2009

THEE ORAKLE

«Metaphortime»
(Recital Records, 2009) [8.5/10]

Provenientes de Vila Real, os Thee Orakle apresentam-se com uma proposta surpreendente, ao nível do melhor metal progressivo de contornos extremos jamais produzido em território nacional. A combinação do vozeirão negro e desesperado de Pedro Silva com o registo luminoso e seguro de Micaela Cardoso - bem ao estilo da ex-The Gathering Anneke van Giersbergen -, a par de uma sonoridade, ao mesmo tempo poderosa e rica em melodia e atmosfera, conferem ao colectivo o mesmo tipo de apelo de outras formações gothic/death. Contudo, esta banda parece ir buscar mais influências prog do que é habitual neste formato, apresentando aqui um conjunto de temas elaborados que integram na perfeição momentos de grande intensidade com longas passagens tranquilas e animadoras, incluindo refrães catchy e solos excelentes que, no seu conjunto, flúem como peças coesas e harmoniosas. Com uma execução irrepreensível e um trabalho de bateria especialmente criativo, «Metaphortime» (um conceptual que tem na alquimia o seu tema de fundo) é um daqueles discos em que é difícil destacar canções em particular porque todas parecem ter sido objecto do mesmo trabalho meticuloso de concepção, do ponto de vista lírico e instrumental, apresentando assim, cada uma, os seus atractivos particulares. A produção de Daniel Cardoso desempenha aqui um papel fundamental no resultado final obtido, e a única coisa que não faz jus à qualidade da música é mesmo a capa do CD. Tirando isso, este é sem dúvida um dos melhores álbuns de estreia na história recente do metal luso.

in CLIP (Diário de Aveiro), 10 Dezembro 2009

domingo, 6 de dezembro de 2009

Edição de Dezembro 15

Na 2ª hora:
- CLASSICS V -

Clássicos de sempre dos The Beatles, Ozzy Osbourne, Iron Maiden, Metallica, Paradise Lost e Cynic entre outras, escolhidos e apresentados pelos nossos entrevistados:
Paul Masvidal (CYNIC); Andrew Craighan (MY DYING BRIDE); Johan Söderberg (AMON AMARTH); Ravn (1349); Bruno Fernandes (THE FIRSTBORN) e Proscriptor McGovern (ABSU), entre outros.