sábado, 31 de maio de 2008

Edição de Junho 3, 2008

Na 2ª Hora
Entrevista com Sadlave (Evaldas Babenskas) dos lituanos OBTEST, a propósito do novo álbum «Gyvybés Medis».

- "Os nossos discos anteriores foram todos gravados com recursos "caseiros". Esta foi a nossa primeira experiência num estúdio profissional"
- "Este álbum é sobre a arvore da vida: o modelo mitológico usado pelos antigos povos Bálticos para representar o mundo"
- "Com a nova editora passamos a beneficiar de mais atenção dos media... e ficamos a saber que há muita gente que não faz ideia onde raio fica a Lituania!"
(Sadlave)

domingo, 18 de maio de 2008

Edição de Maio 20, 2008

Na 2º Hora

Entrevista com Marco Dilone, vocalista e membro fundador dos portugueses LAST HOPE, a propósito do novo álbum «Continuar a Acreditar».

- "Este álbum levou-nos onde nunca tinhamos conseguido chegar antes em termos de comunicação social. As reacções têm sido excelentes"
- "O que nos impediu de chegar até este nível de aceitação generalizada foi o facto de nunca termos feito um disco totalmente em português"
(Marco Dilone)

SEPTIC FLESH

«Communion»
(Season of Mist, 2008) [8.5/10]

Como um fantasma que regressa para completar a obra que uma morte prematura interrompeu, também os Septic Flesh ressurgem agora das suas próprias cinzas, para acrescentar ao seu legado artístico algo que tinha ficado por fazer - um trabalho a combinar uma forte componente sinfónica com o death metal melódico do passado recente. E para esse efeito o colectivo grego não se fez rogado, tendo-se reunido com os 80 músicos da Orquestra Filarmónica de Praga mais um coro de 32 vozes, que o ‘gothic maestro’ Chris Antoniou pessoalmente dirigiu. O que daí resultou é uma das mais perfeitas simbioses entre a fina delicadeza das texturas sinfónicas e a brutalidade extrema dos riffs e das blast-beats. Variado na gradação com que a componente orquestral é usada, o álbum inclui desde temas intensamente sinfónicos onde o dramatismo dos elementos clássicos projecta literalmente imagens teatrais no subconsciente, até alguns temas mais simples que bem poderiam fazer parte de «Sumerian Daemons», todos eles comandados pelo rugido demónico de Seth e pelo estupendo registo vocal de Sotiris. Se este é o fruto do longo período de paragem a que a banda se sujeitou, então espero que voltem a tirar umas longas férias antes do próximo disco.

in CLIP (Diário de Aveiro), 15 Maio 2008

domingo, 11 de maio de 2008

Edição de Maio 13, 2008

Na 2ª Hora:

Entrevista com Eivind "-viNd-" Fjoseide, guitarrista dos noruegueses ATROX a propósito do último álbum «Binocular».

- "Sempre fomos grandes fãs de Arcturus e isso nota-se no nosso som desde o álbum «Contentum». Os elementos industriais que usamos agora tornam essa influencia ainda mais evidente"
- "As letras são sobre a ascensão e queda dum cientista paranóico, mais precisamente Nikola Tesla (1856–1943). Ele encarnou um pouco o estereotipo do cientista louco"
- "A nossa editora anterior (a Code666) rescindiu o contrato com a banda logo que soube que a Monika (antiga vocalista) tinha saído"
(-viNd-)

sexta-feira, 9 de maio de 2008

NERTHUS

«The Crowned’s Reunion»
(CCP Records, 2007) [6.5/10]

Em 2002 impressionaram com o álbum «Scattered to the Four Wainds», uma pequena obra-prima de folk/black metal com um som e estilo tão peculiar que colocou definitivamente o colectivo austríaco no mapa dos grandes talentos do género. «The Crowned’s Reunion» é um manifesto renovado do engenho dos irmãos Hiebaum na arte de conceber odes admiráveis que se demarcam visivelmente dos estereótipos mais desgastados das hibridações folk. Ao contrário do disco de há seis anos, este quarto álbum de estúdio é pontuado por melodias de forte inspiração céltica e por um certo encanto exótico materializado pela utilização recorrente do berimbau e de outros instrumentos menos convencionais. Como já vem sendo hábito, o disco inclui uma série de pequenos instrumentais entre as faixas principais que se assemelham, desta vez, às introduções de teclados dos Summoning. O problema destes interlúdios é que, por um lado, funcionam numa toada completamente distinta da restante música, e por outro surgem em número excessivo. O resultado é um álbum com cinco boas músicas num total de onze, intercaladas por excertos tão maçadores quanto os blocos publicitários nos intervalos dum filme.

in CLIP (Diário de Aveiro), 8 Maio 2008

segunda-feira, 5 de maio de 2008

ATROX

«Binocular»
(Season of Mist, 2008) [9/10]

Após a publicação dum álbum tão invulgarmente directo como «Orgasm» e do abandono subsequente da excêntrica Monika Edvardsen, pensei que os Atrox estivessem arrumados. Mas enganei-me. Cinco anos depois o colectivo norueguês reaparece, revitalizado, com uma proposta que, pela primeira vez, recorre fortemente aos computadores e aos elementos electrónicos, e a uma abordagem experimental e vanguardista que tem muito em comum com Arcturus e Age of Silence. Menos concentrado no peso das guitarras e com mais espaço para devaneios progressivos e atmosferas psicadélicas, o novo álbum é apropriadamente descrito pela banda como retro-futurista, opondo o orgânico ao mecânico e o moderno ao antigo, através duma composição extravagante com traços por vezes esquizofrénicos, que se demarca de todo o tipo de convenções do espectro do ‘metal’. Embora não seja fácil esquecer o inimitável estilo histriónico de Edvardsen, a banda ficou muito bem servida com o novato Rune Folgerø que demonstra possuir o talento vocal e o perfil adequados ao universo sonoro retratado em «Binocular». Um disco inteligente e criativo, apenas para quem procura algo de excepção.

in CLIP (Diário de Aveiro), 1 Maio 2008