sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

HELRUNAR

«Baldr ok Íss»
(Lupus Lounge, 2007) [7/10]

Estrearam-se em 2005 com «Frostnacht» e regressam agora com um álbum marginalmente mais agressivo, com segmentos rápidos em maior número, mas com todos os elementos chave do primeiro disco intactos. Os temas oscilam entre os andamentos a meio tempo e as barragens de blast beats, permeados a espaços por melodias arcaicas de folk executadas em delicadas passagens acústicas, e vozes que vão desde a aspereza típica do black metal a registos limpos, cantados ou declamados. Evocativo da espiritualidade de um passado longínquo, o álbum inclui faixas verdadeiramente memoráveis mas em geral a música bebe em demasia dos estereótipos do black mais tradicional, em especial de bandas como Enslaved e Satyricon. A interpretação de uma parte dos temas em norueguês (para além do idioma materno do colectivo, o alemão) aproxima-os ainda mais dos precursores que pretendem emular, o que, dependendo da perspectiva, funciona tanto contra como a favor. «Badr ok Íss» não contém pois nada de particularmente inovador, no entanto é um trabalho bom demais para que passe despercebido pelos fãs de black metal escandinavo.

in CLIP (Diário de Aveiro), 28 Dezembro 2007

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Passatempo Cais do Paraíso/Metal Blade

Quais são os 3 melhores álbuns de 2007 na área do Heavy Metal?

Envia-nos a tua opinião para
caisdparaiso@gmail.com e ganha Compilações DJ Crusher com músicas dos álbuns mais recentes dos Primordial, The Ocean, Aeon, Fleshcrawl e muitas outras bandas da Metal Blade Records.
- Os dois primeiros participantes recebem os Vols 8 e 10 da Compilação;
- Os três seguintes recebem o Vol. 10.
No e-mail não te esqueças de indicar também o teu endereço postal.
Passatempo válido até 25/12.

Edição de Dezembro 25, 2007

CLASSICS II & I

Grandes clássicos de sempre, escolhidos e apresentados pelos nossos entrevistados de 2007.

Por ordem de entrada:
Scott Unger (ANTIQUUS), Throllv Vaeshiin (RIMFROST), Tuomas Jappinen (ENTER MY SILENCE), Robert Vigna (IMMOLATION), Nicklas Rudolfsson (RUNEMAGICK), Vicotnik (DHG), Moloch (MELECHESH), Johan Niemann (THERION), Shagrath (DIMMU BORGIR), Abbath (I), e alguns mais.

THE OCEAN

«Precambrian»
(Metal Blade, 2007) [9/10]

Quem esteve atento à produção deste colectivo de Berlim certamente suspeitou que, mais dia menos dia, algo realmente grandioso iria surgir daqui. Confirmando a melhor dessas expectativas, os The Ocean acabam de apresentar o resultado dum projecto imenso, conceptualmente baseado nas sucessivas eras geológicas do pré-câmbrico, que reúne num só álbum (duplo) as duas versões revistas e aumentadas do sludge/hardcore que o grupo já vem explorando há uns anos a esta parte, mas que adquirem agora uma dimensão inédita. A versão mais simplista e brutal aparece representada em «Hadean/Archean», o CD1, que bem podia ser a continuação de «Aeolian», o disco de 2005. Mas é em «Proterozoic» que está o maior valor do álbum. Com mais de uma hora de duração, este segundo CD encerra o material mais temperado e eclético em oferta, com elementos transversais a muitos sub-géneros, arranjos clássicos e ambientais, riffs cativantes e uma variedade de vozes, sem nunca soar demasiado complexo ou incoerente. No seu todo é o trabalho mais ambicioso da banda de Robin Staps e a prova de que algumas promessas ainda se cumprem.

in CLIP (Diário de Aveiro), 20 Dezembro 2007

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Edição de Dezembro 18, 2007

Na 2º Hora:


Entrevista com Robin Staps, guitarrista e compositor dos alemães THE OCEAN, a propósito do lançamento do álbum «Precambrian».

"Este álbum ocupou-me uma média de 8 a 14 horas diárias durante os últimos 10 meses. Do ponto de vista de esforço, tempo e dinheiro despendido, representa sem dúvida o nosso maior empreendimento de sempre"
(Robin Staps, sobre o novo álbum)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

AKERCOCKE

«Antichrist»
(Earache, 2007) [8/10]

O novo álbum dos londrinos Akercocke é o sucessor mais natural e previsível de «Words that go unspoken, deeds that go undone». Por um lado mantém a orientação inovadora e progressiva que a banda inaugurou com esse fabuloso disco de 2005 - agora de uma forma mais contida - mas, ao mesmo tempo, é um trabalho mais concentrado nas convenções do black e death metal. «Antichrist» inclui assim uma mão cheia de malhas sofisticadas com blast-beats recorrentes e apontamentos ocasionais de natureza exótica e/ou psicadélica, mas também outras bem menos inspiradas que, em comparação, tendem a soar um tanto ou quanto genéricas. Peter Benjamin, o novo baixista, mostra-se inequivocamente à altura do seu antecessor, mas aqui quem sobressai é mesmo David Gray cuja percussão parece melhorar a cada dia que passa. O novo longa duração é a quinta homenagem do quarteto britânico ao Grande Opositor e foi lançando também numa edição limitada que inclui duas covers imperdíveis: «Chapel of ghouls» dos Morbid Angel e «Leprosy», um clássico dos Death.

in CLIP (Diário de Aveiro), 13 Dezembro 2007

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Edição de Dezembro 11, 2007

Na 2º Hora:

Entrevista com Erik Wunder, baterista e guitarrista dos norte-americanos COBALT, a propósito do lançamento do álbum «Eater of Birds».

"Fizemos simplesmente as canções que queríamos ouvir. Mas é sempre belo e muito compensador quando se cria algo que as pessoas dizem ser original e que pode vir a influenciar outros artistas"
(Erik Wunder, sobre as excelentes reacções que o novo álbum tem suscitado)

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

COBALT

«Eater of Birds»
(Profound Lore Records, 2007) [9.5/10]

Não é todos os dias que nos deparamos com um disco potencialmente capaz de definir um novo subgénero no seio da música extrema. Em linhas gerais trata-se dum cruzamento sem precedentes entre black e thrash metal, com o post-hardcore de dimensões épicas característico dos Neurosis. A composição é dinâmica e detalhada, desenhando-se sobre uma obscura tela sonora com momentos furiosamente devastadores que contrastam com a lentidão de passagens opressivas de pulsação tribal e com a ambiência de interlúdios acústicos. «Eater of Birds» é o segundo registo de originais do colectivo norte-americano e um álbum que fica, artisticamente falando, a anos-luz da estreia standard e muito pouco promissora que foi «War Metal», apesar de reter uma boa parte da agressão crua e directa desse trabalho de 2005. Revolvendo em torno da ideia duma regressão à essência selvagem primordial da natureza humana, «Eater of Birds» tem tanto de esmagador como de introspectivo e é um disco absolutamente essencial. Contou com a participação da ex-Swans, Jarboe, em dois dos temas.

in CLIP (Diário de Aveiro), 6 Dezembro 2007

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Edição de Dezembro 4, 2007

Na 1ª Hora
Passatempo DJ Crusher Vol. 10
Oferta de oito (8) cópias do CD Compilação da Metal Blade DJ Crusher Vol. 10, que inclui:
- 11 bandas: Primordial, The Ocean, Brainstorm, Lizzy Borden, The Black Dahlia Murder, Fleshcrawl, entre outras;
- 17 temas extraídos dos mais recentes lançamentos;
- Mais de 70 min de miséria e devastação!
(passatempo via SMS)

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

CONCEALMENT

«leak»
(dFX Media, 2007) [8/10]

Provenientes de Sintra, os Concealment apresentam um magnífico trabalho de mathcore na tradição de bandas como The Dillinger Escape Plan e Converge, que inclui todos os condimentos característicos do género na dosagem certa: melodia escassa, estruturas rítmicas pouco ortodoxas, bastante dissonância, vocalizações rasgadas de expressão hardcore e muita, muita energia. Embora estes elementos conduzam muitas vezes a resultados que roçam o caótico, a composição dos Concealment é complexa mas não forçosamente inacessível, exigindo, contudo, alguma atenção do ouvinte para revelar os seus grandes momentos. É impossível não ficar impressionado com a técnica que os três músicos injectam na sua prestação, desde a percussão criativa e demolidora do David Jerónimo, passando pelo domínio exemplar das baixas frequências do Paulo Silva até às malhas prodigiosas cuspidas ferozmente das seis cordas do Filipe Correia. «leak» pode até não constituir grande novidade em termos de abordagem artística, mas é sem dúvida, ao nível nacional, um dos álbuns de estreia mais competentes dos últimos anos.

in CLIP (Diário de Aveiro), 22 Novembro 2007

sábado, 17 de novembro de 2007

Edição de Novembro 20, 2007

Na 2º Hora:


Entrevista com David Jerónimo, baterista dos portugueses CONCEALMENT a propósito do álbum de estreia "leak".

"Compor dentro destes parâmetros é para nós um coisa bastante natural. A música surge com este tipo de formato de uma maneira espontânea, em grande parte como consequência da simbiose artística que existe entre os elementos da banda"
(David Jerónimo, sobre a música dos Concealment)

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

AVA INFERI

«The Silhouette»
(Season of Mist, 2007) [8.5/10]

Uma viagem assombrosa e nostálgica através duma visão mística do mundo natural num cenário feito de riffs pesados e lentos, melodias misteriosas e uma voz encantadora – é o que sugere, em resumo, este novo trabalho do colectivo liderado por Carmen Simões e Rune Eriksen (Mayhem). Embora assente na essência doom/gothic do álbum de estreia lançado em 2006, «The Silhouette» revela-se um disco musicalmente mais consistente e rico em texturas melódicas. O piano mantém-se como elemento fundamental na criação de atmosferas soturnas, mas o peso das guitarras é agora maior. O disco é mais metal. A música é melancólica mas de uma forma menos trágica e depressiva. A performance vocal da Carmen é mais segura e confiante, embora seja também menos variada. Ao contrário do que aconteceu pontualmente no álbum “Burdens”, o disco não denuncia referências sonoras demasiado explicitas a outras bandas do género, e tem portanto um cunho mais único e original. Penso que é desta que temos os portugueses Ava Inferi definitivamente lançados no roteiro do metal Europeu.

in CLIP (Diário de Aveiro), 15 Novembro 2007

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

VINTERSORG

«Solens Rötter»
(Napalm Records / Recital, 2007) [8/10]

O mundo do metal está repleto de músicos competentes mas escasseia em artistas genuínos como Andreas Hedlund. O sexto álbum de originais da sua banda principal é mais uma experiência bem sucedida no multifacetado universo sónico que o grupo tem vindo a desenvolver nos últimos cinco anos, pese embora o facto de ser todo cantado em sueco (algo que já não acontecia desde «Ödemarkens Son», de 1999), e de impedir, por conseguinte, o acesso a toda uma dimensão lírica que é sempre um valor acrescentado nos Vintersorg. Musicalmente o álbum não se afasta muito dos dois trabalhos anteriores, incluindo passagens dóceis e melódicas onde o registo harmónico nasalado de Hedlund sempre sobressai, bem como uma boa dose de momentos agressivos a remeter vagamente para as correntes black/pagan metal. As composições, com os seus refrões memoráveis e uma pitada do espírito folk nórdico, são invariavelmente elaboradas recorrendo a arranjos de guitarra acústica, piano, violino e flauta. «Solens Rötter» não é um disco fácil. Contudo revela-se altamente apelativo após meia dúzia de audições. Não se admirem pois se acordarem um destes dias a cantarolar em sueco.

in CLIP (Diário de Aveiro), 8 Novembro 2007

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Edição de Novembro, 6, 2007

Na 2º Hora:


Entrevista com Ulf Theodor Schwadorf (aka Markus Stock), guitarrista e baixista dos alemães The Vision Bleak, a propósito do lançamento do álbum «The Wolves Go Hunt Their Prey».

"Este álbum resultou mais pesado porque todas as estruturas básicas dos temas foram escritas para a guitarra, ao contrário dos discos anteriores em que as músicas se desenvolveram em torno de linhas de piano ou temas orquestrais"
(Schwadorf sobre o novo álbum)

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

MITHRAS

«Behind the Shadows Lie Madness»
(Candlelight, 2007) [7.5/10]

Num cenário cada vez mais pejado por bandas sem ambição que se contentam em reproduzir modelos já gastos, algumas há ainda que, com engenho, vão inventando os seus próprios nichos sónicos. Os Mithras são um desses raros exemplos. Apesar de erigirem o seu death metal sobre fundações que se associam inequivocamente a Morbid Angel e, em menor escala, a Nocturnus, a formação britânica engendrou uma identidade claramente distintiva que funde de forma sui generis atmosferas cósmicas sci-fi de sintetizadores com hecatombes esmagadoras de riffs e grunhidos guturais. Terminado o hiato que sucedeu ao lançamento do fabuloso «Worlds Beyond the Veil», Leon Macey e Rayner Coss voltam a estremecer as estruturas com o terceiro registo de originais, uma nova viagem astral recheada de pormenores brilhantes e de tecnicismo à flor da pele, mas também mais difícil de assimilar; na verdade até pode soar um pouco inferior ao álbum de 2003, mas nem por isso deixa de ser uma proposta interessante para quem procura metal extremo com uma abordagem inovadora.

in CLIP (Diário de Aveiro), 25 Outubro 2007

sábado, 20 de outubro de 2007

Edição de Outubro 23, 2007

Na 2º Hora:

Entrevista com Carmen Simões, vocalista dos portugueses AVA INFERI, a propósito do lançamento do álbum «The Silhouette».

"Quando sentimos que temos potencial criativo e acreditamos naquilo que fazemos, temos que lutar por isso. Em Portugal esta determinação é ainda mais importante pois as dificuldades são maiores, quer ao nível de músicos que nem sempre estão dispostos a levar a sério os projectos em que se envolvem, quer ao nível das escassas editoras viradas para sonoridades alternativas"
(Carmen Simões, sobre a sua experiência artística)

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

THE VISION BLEAK

«The Wolves Go Hunt Their Prey»
(Prophecy Productions, 2007) [7/10]

Apesar de incorporarem todos os atributos característicos do gótico, os The Vision Bleak sempre soaram mais metal do que a maioria das bandas do género. O terceiro álbum não deixa margem para dúvidas apresentando uma costela ainda mais proeminente de thrash puro e duro reminiscente da fase clássica duns Metallica, ao mesmo tempo que se despe de boa parte dos arranjos sinfónicos e das vozes femininas tão salientes em «Carpathia - A Dramatic Poem», o álbum de 2005. As letras, inspiradas em temas da literatura fantástica de H.P. Lovecraft e Edgar Allan Poe, voltam a assumir-se como parte fundamental do álbum e dum certo conceito dos The Vision Bleak, ganhando vida própria através da voz assombrosa de Allen Konstanz e das intervenções ásperas de Ulf Theodor Schwadorf. Intensamente eléctrico e coeso, «The Wolves Go Hunt Their Prey» serve-se como nunca da imponência dos riffs para enaltecer o dramatismo de antigos contos de horror. O resultado tem tanto de poderoso como de requintado, e vale a pena experimentar.

in CLIP (Diário de Aveiro), 18 Outubro 2007

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

THREE

«The End is Begun»
(Metal Blade, 2007) [9/10]

Apesar de publicado por uma das mais lendárias editoras de metal este é sem dúvida o disco menos agressivo a ser comentado neste espaço do Clip. A banda, formada em Woodstock em meados da década passada, faz um hard rock inteligente, com laivos de progressivo, animado, e cheio de ganchos que cativam logo à primeira audição. Mais maduro e inspirado do que o disco anterior, «The End is Begun» apresenta-se como um trabalho recheado de texturas magnificas, ora acústicas ora pesadas, com muitas nuances reminiscentes do art-rock emblemático da década de 70 que remetem para a faceta mais naive dos Led Zeppelin, mas sem soar demasiado revivalista. A voz apaixonante de Joey Eppard afirma-se mais do que nunca como a grande mais-valia do colectivo e é elemento chave no resultado impressionante deste quarto disco de originais. Dos catorze temas em oferta pelo menos dez não permitirão um abandono fácil do leitor de CDs, o que faz deste um álbum para saborear demoradamente e sem preconceitos, mesmo por metaleiros de linha dura.

in CLIP (Diário de Aveiro), 11 Outubro 2007

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Edição de Outubro 9, 2007

Na 2º Hora:


Entrevista com 'Warlord' Nygard, vocalista dos finlandeses TURISAS, a propósito do lançamento do álbum «The Varangian Way».

"Quando chegamos à fase de composição da música foi como se estivéssemos a escrever a banda sonora de um filme imáginário. Toda a parte instrumental foi criada com a intenção de ser muito visual, de forma a sugerir imagens da trama narrada nas letras"
('Warlord' Nygard, sobre o novo álbum)

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

FORTID

«Völuspá Part II – The Arrival of Fenris»
(No Colours Records, 2007) [8.5/10]

Völuspá, o poema mais famoso da Edda, obra fundamental da mitologia nórdica do Sec. X, constitui o substrato lírico da rebuscada trilogia que os islandeses Fortid se propuseram realizar, e que teve a sua primeira parte em «Thor’s Anger», lançada em 2003. O segundo capítulo continua musicalmente na linha black/viking metal épica do primeiro, mas é mais lento, melódico e melhor do ponto de vista da composição. Um dos aspectos que ressalta é a forma genial e despretensiosa com que a banda utiliza o órgão e o piano, tanto como elementos de primeiro plano ou apenas de background, criando paisagens sonoras de uma beleza surreal. As linhas de guitarra e os leads encaixam com fluidez em cada momento e o double-bass surge enfático nos instantes oportunos, resultando num trabalho conjunto claramente acima da média. Embora inclua elementos estilísticos que apontam para vários nomes influentes do género (e.g. Falkenbach, Summoning), este segundo álbum da dupla Eldur/Fimbultyr não deixa de ser um trabalho de grande mérito que se recomenda vivamente.

in CLIP (Diário de Aveiro), 4 Outubro 2007

sábado, 29 de setembro de 2007

Edição de Outubro 2, 2007

Na 2ª hora:

CLASSICS I

Grandes clássicos de sempre, escolhidos e apresentados pelos nossos entrevistados.

Por ordem de entrada:
Johan Niemann (THERION), Stefan Weinerhall (FALCONER), Alex Colin-Tocquaine (AGRESSOR), Sander Gommans (AFTER FOREVER), Shagrath (DIMMU BORGIR), Abbath (I), Philipp Jonas(SECRESTS OF THE MOON), Sascha Ehrich (FRAGMENTS OF UNBECOMING) e Fernando Ribeiro (MOONSPELL).

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

TURISAS

«The Varangian Way»
(Century Media, 2007) [9/10]

Apesar de referidos habitualmente como uma banda de folk/viking metal, o que sobressai no novo álbum dos Turisas é o lado sinfónico. O acordeão desenvolto e os solos de violino permanecem como elementos chave na sonoridade do colectivo finlandês, mas a componente orquestral é mais criativa, grandiosa e proeminente do que foi em «Battle Metal», o disco de estreia publicado em 2004, resultando assim num álbum não só francamente superior mas com o seu quê de personalidade própria. Com uma composição cuidada a enveredar menos pelas estruturas previsíveis, «The Varangian Way» inclui oito temas tão épicos quanto possível, por vezes pomposos e frequentemente com os tons cinemáticos de uma banda sonora, o que traz de imediato à mente os ingleses Bal-Sagoth. Os coros clássicos, megalómanos, completam um cenário que remete para algures na Escandinávia do Séc. XI, onde uma horda de guerreiros confraterniza ruidosamente, entoando cânticos sobre sagas heróicas enquanto balançam canecas de cerveja: “Para Holmgard e mais além!...”.

in CLIP (Diário de Aveiro), 27 Setembro 2007

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Edição de Setembro 25, 2007

Na 2º Hora:


Entrevista com Luke Davies, guitarrista e vocalista dos galeses ANTERIOR, a propósito do lançamento do álbum de estreia «This Age of Silence».

"Em conjunto costumamos ensaiar cerca de quatro horas por dia, seis dias por semana. E depois ainda praticamos mais um pouco em casa, individualmente. Para tocar a este nível tem mesmo que ser assim."
(Luke Davies, a confirmar a velha máxima: excelência = 90% de transpiração + 10% de inspiração)

SIGH

«Hangman’s Hymn – Musikalische Exequien»
(Osmose Productions / Recital, 2007) [8.5/10]

Actualmente, black metal é uma designação cada vez mais redutora para descrever a música multi-dimensional desta que é uma das mais lendárias formações do país do sol nascente. Dos primórdios old-school da década passada a banda de Mirai Kawashima passou entretanto por várias mutações artísticas, apresentando-se agora como uma entidade que é tudo menos de fácil categorização. «Hangman’s Hymn» apresenta um trabalho de black/thrash em passo acelerado, com uma profusão de elementos clássicos e de jazz, e muita insanidade à mistura. Mais agressivo do que «Gallows Gallery»(2005), este sétimo álbum vem com uma forte componente sinfónica, por vezes com ares majestosos, coros eruditos ocasionais, e uma composição ainda mais singular. Com muitos momentos brilhantes, alguns mais directos, outros mais rebuscados e cerebrais, o novo Sigh é um conceptual meio torcido, dividido em três partes, cuja gravação contou com a participação de uma mão cheia de músicos bem conhecidos. Um álbum imprescindível para quem aprecia arte verdadeira na sua expressão mais extrema.


in CLIP (Diário de Aveiro), 20 Setembro 2007

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

SALEM

«Necessary Evil»
(Season of Mist, 2007) [6/10]

Formados em 1985, estiveram na vanguarda das vertentes mais extremas do Metal tendo sido até apontados como referência por bandas tão relevantes hoje em dia como os Mayhem. Mas o contributo inovador do colectivo israelita parece ter-se esgotado em 1994 com o lançamento do clássico «Kaddish», após o que a banda migrou musicalmente para territórios death/thrash já muito explorados, pulverizando agora qualquer réstia de integridade artística ao abraçar o popular agro ou groove metal. Dito isto, não será pois surpreendente que a composição deste quinto álbum de originais soe demasiado genérica, com riffs reciclados, muito chuga-chuga e um trabalho de guitarra solo reduzido ao mínimo. Os poucos temas que despertam interesse fazem-no através de raras sequências inspiradas com vozes limpas e/ou femininas e elementos da música tradicional do Médio Oriente. As letras exibem uma musicalidade intrínseca que é rara nestas lides, mas mesmo assim «Necessary Evil» passa no balanço final como um disco pobre em ideias e… desnecessário.

in CLIP (Diário de Aveiro), 13 Setembro 2007

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Edição de Setembro 11, 2007

Na 2º Hora:

Entrevista com Morgan Hakansson, guitarrista e líder dos suecos MARDUK, a propósito do lançamento do álbum «Rom 5:12».

"Para mim é de extrema importância que música e letra se adaptem mutuamente, e neste caso pareceu-me que a mensagem subjacente passava melhor se reduzissemos um pouco no andamento da música"
(Morgan Hakkansson, sobre o álbum mais lento de sempre da história dos Marduk)

sábado, 18 de agosto de 2007

AGHORA

«Formless»
(Season of Mist, 2007) [9/10]

Em 2000 criaram uma onda de surpresa generalizada em torno de um álbum que fundiu magistralmente uma forma muito própria de metal progressivo com sonoridades e texturas exóticas. Apesar de moldado a partir da mesma matéria preciosa de que foi feito esse primeiro disco: uma composição sofisticada e dinâmica com influências que vão desde os elementos orientais ao jazz de fusão e uma execução prodigiosa, «Formless» distingue-se essencialmente pelo novo elenco de músicos que lhe dá corpo, e, em particular, pela ausência do ex-Cynic Sean Malone, ou não fossem as suas linhas de baixo um dos aspectos mais emblemáticos dos Aghora de há sete anos atrás. Mais no centro das atenções aparece agora Santiago Dobles, fundador do colectivo e um virtuoso multifacetado das seis cordas que cruza com fluidez estilos variados, de qualidades metálicas a eruditas. «Formless» é assim um disco magnífico por si só, mas que incorpora, para o bem e para o mal, todas as características inerentes à nova encarnação da banda da Florida.

in CLIP (Diário de Aveiro), 7 Setembro 2007

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

NON OPUS DEI

«The Quintessence»
(Pagan Records, 2006) [7.5/10]

Black metal ecléctico e tecnicamente elaborado, é a melhor qualificação que ocorre para descrever em poucas palavras este novo longa duração dos polacos Non Opus Dei. As treze faixas em oferta demonstram uma abordagem de composição moderna, vanguardista e inventiva, não sendo de admirar que «The Quintessence» seja um disco intrigante e difícil de assimilar, que precisa de ser escutado com insistência para que algumas faixas ‘agarrem’ finalmente. A maioria dos temas são pautados por parâmetros construtivos que extravasam os estereótipos do género, mas as ideias apresentadas nunca chegam a deslumbrar. O registo vocal, por vezes reminiscente do ex-Mayhem Maniac, é da responsabilidade do guitarrista Klimorh, e inclui algumas partes limpas ou processadas que realçam o tom demente, ritualista ou simplesmente oculto de cada música. De qualidade inconstante, «The Quintessence» poderá revelar-se como uma experiência compensadora para quem procura metal extremo, menos convencional e mais aventureiro.

in CLIP (Diário de Aveiro), 9 Agosto 2007

sexta-feira, 27 de julho de 2007

GRAVELAND

«Will Stronger than Death»
(No Colours Records, 2007) [6.5/10]

Nome prolífico da cena black metal, com uma produção quase constante de um álbum por ano desde 1994, esta é a banda de Rob Darken, multi-instrumentista polaco e devoto confesso dos Bathory. O 11º álbum é pois mais um registo transbordante de espírito viking/pagão, com sete novos hinos barbaramente demolidores onde deuses e guerreiros voltam a coexistir num passado longínquo dominado pelo ferro da espada e por estranhos credos. O som é menos crispado do que no álbum anterior «Fire Chariot of Destruction» e a produção favorece mais a secção rítmica, o que acentua o carácter bélico e arrasador da música. A componente folk é desta vez quase inexistente, mas em contrapartida Darken usa mais linhas melódicas de guitarra, coros distantes e algumas orquestrações que contribuem decisivamente para enriquecer o lado épico do disco. E são também estes ornamentos que salvam a música de se tornar completamente fastidiosa, tal é a pobreza dos riffs! «Will Stronger Than Death» não passa pois dum trabalho mediano de uma banda que já provou ser capaz de muito melhor.

in CLIP (Diário de Aveiro), 26 Julho 2007

domingo, 22 de julho de 2007

Edição de Julho 24, 2007

Na 2º Hora:

Entrevista com Robert Vigna, guitarrista e principal compositor dos norte-americanos IMMOLATION, a propósito do lançamento do álbum «Shadows in the Light».

"À semelhança dos dois últimos discos, este álbum revolve em torno das formas mais extremas de religiosidade e do seu efeito pernicioso nas sociedades actuais."
(Robert Vigna, sobre o novo álbum)

sexta-feira, 20 de julho de 2007

ANTERIOR

«This Age of Silence»
(Metal Blade, 2007) [7/10]

Embora a originalidade esteja entre os atributos mais importantes de qualquer criação artística, surgem por vezes trabalhos cuja beleza e perfeição quase que compensam o défice de elementos singulares. É o que se passa com este álbum de estreia dos Anterior, um disco onde o grupo não se esforça nem um pouco para esconder a sua admiração pelo já velho death metal melódico de Gotemburgo. Os nove temas de «This Age of Silence» exalam In Flames por todos os poros. Uma das músicas podia mesmo ter sido surripiada dum álbum dos Arch Enemy. No entanto o quarteto originário do País de Gales tira o melhor partido deste estilo base, apresentando não só composições excelentes mas uma criatividade e destreza técnica na guitarra solo absolutamente deslumbrantes. E o mais incrível é que estamos a falar de um grupo de miúdos cujas idades rondam os 20 anos! Com um som pujante e cristalino, este é um disco que tem tudo para competir ombro a ombro com as produções de bandas bem mais experientes.

in CLIP (Diário de Aveiro), 20 Julho 2007

quinta-feira, 12 de julho de 2007

PAIN OF SALVATION

«Scarsick»
(InsideOut Records, 2007) [9.5/10]

Apesar de atirados habitualmente para o saco comum do metal progressivo, os suecos Pain of Salvation nunca encarnaram verdadeiramente o paradigma desse género. Em lugar de pegarem em Rush (o grande ícone do progressivo) como influência principal, a banda remeteu as suas referências para lendas tão díspares quanto Genesis e Led Zeppelin, desenvolvendo um estilo de composição descontraído, isento de fronteiras estilísticas e em constante mutação através do qual se vêm afirmando desde há dez anos para cá, e cujo produto mais recente é este brilhante sexto álbum de originais. Musicalmente cativante sem recorrer ao cliché de uns Threshold nem aos envolvimentos técnicos tão gritantes de uns Dream Theater, «Scarsick» é mais uma obra da mente genial de Daniel Gildenlow com letras inteligentes e interpretadas de uma forma honesta e emotiva, reflectindo estados de espírito e sensibilidades com paralelos no universo Pink Floyd. Um disco a ouvir a qualquer custo de uma das bandas mais originais do momento.

in CLIP (Diário de Aveiro), 12 Julho 2007

domingo, 8 de julho de 2007

Edição de Julho 10, 2007

Na 2º Hora:

Entrevista com Chris Barnes, vocalista e lider dos norte-americanos SIX FEET UNDER a propósito do lançamento do novo álbum «Commandment».

"Sinto-me orgulhoso pois penso que elevamos os standards de originalidade no death metal. Ao longo de todos estes anos fomos sempre inovadores e por isso mantivemo-nos como uma banda de primeira linha neste tipo de música"
(Chris Barnes, sobre a carreira da sua banda)
NR: O disparate acima transcrito só pode ser justificado de duas maneiras: ou o Sr. Barnes sofre de presunção aguda, ou então já há muito se alienou do mundo que o rodeia.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

MARDUK

«Rom 5:12»
(Regain Records / Recital, 2007) [9/10]

Apesar do álbum «Plague Angel» já ter indiciado uma ligeira revitalização artística da banda sueca aparentemente motivada pelas alterações que ocorreram na formação em 2003/04, nada faria prever que o trabalho seguinte se afastasse de forma tão significativa da rajada permanente de blast-beats a que já estávamos habituados. No entanto o impensável aconteceu. Sem a obsessão acéfala da velocidade omnipresente nos discos anteriores, «Rom 5:12» é um disco menos explosivo onde metade dos temas são debitados a um ritmo entre o lento e o meio tempo. A qualidade da composição é incomparavelmente melhor e mesmo as faixas rápidas à la Marduk são um pouco mais trabalhadas, incluindo pelo meio algumas quebras de ritmo que as tornam mais atractivas, sem que isso subtraia à agressão. Assim, chegados ao décimo álbum, parece que Morgan Hakansson e Cia decidiram finalmente sair do ciclo vicioso em que se encontravam há pelo menos oito anos, e fazer algo de relevante para eles e para a cena. O resultado a que chegaram arrisca-se a ser o álbum de black metal do ano.

in CLIP (Diário de Aveiro), 28 Junho 2007

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Edição de Junho 26, 2007

Na 2º Hora:

Entrevista com Vicotnik (aka Mr. Fixit, aka Yusaf Parvez), guitarrista e mentor dos noruegueses DHG (DøDHEIMSGARD) a propósito do lançamento do álbum «Supervillain Outcast».

"Do meu ponto de vista nem todos os músicos são necessariamente artistas. A maioria apenas tenta emular as suas bandas preferidas."
"Este álbum pode ser visto como um resumo do legado musical da banda: soa um pouco como todos os nossos álbuns anteriores e ao mesmo tempo tem a sua própria identidade"
(Vicotnik, sobre o novo álbum)

quinta-feira, 21 de junho de 2007

IMMOLATION

«Shadows in the Light»
(Listenable Records, 2007) [7.5/10]

Em 2005 assinaram o que foi para muitos um dos melhores álbuns de death metal do ano. Recuando agora nas tendências menos características desse passado recente o quarteto Nova Iorquino apresenta em «Shadows In The Light» o que poderá ser o álbum mais brutal e caótico da sua já longa carreira. A torrente devastadora que nos fustiga sem misericórdia tem inequivocamente a marca distintiva dos Immolation, em especial os riffs dissonantes, o groove e os padrões rítmicos complexos que a banda têm vindo a aperfeiçoar. Com a habitual produção sombria de Paul Orofino, o resultado é um álbum musicalmente sofisticado e visceral que tem tudo para agradar aos fãs mais exigentes de metal hiper agressivo. Contudo, quem acompanhou de perto a banda, irá provavelmente reconhecer que este sétimo álbum de originais está longe de corresponder ao seu momento mais feliz. A impressão final que fica é sem dúvida de máxima agressão, técnica exímia, mas de relativa pobreza em termos de inspiração.

in CLIP (Diário de Aveiro), 21 Junho 2007

sexta-feira, 15 de junho de 2007

SHINING

«V - Halmstad»
(Osmose Productions / Recital, 2007) [9.5/10]

Reduzindo drasticamente nos elementos black metal do passado e aumentando a ênfase nas componentes acústicas e atmosféricas, os Shining criaram um novo álbum que é não só o mais sinistro e depressivo da sua carreira como um disco de difícil categorização. Intitulado com o nome da cidade sueca onde a banda radica, «V - Halmstad» é um trabalho que se compõem de momentos musicalmente densos e possantes, levemente progressivos, e frequentemente calmos e emotivos. Estes últimos revelam-se como a espinha dorsal do disco e fazem-se de sequências arrepiantes de guitarra acústica e/ou piano (ocasionalmente violoncelo) e longos leads melódicos e magistrais de guitarra eléctrica, que servem de pano de fundo à voz demente e desesperada de Niklas Kvarforth. O disco é atravessado por uma atmosfera permanente de angústia e desassossego que se infiltra no espírito ao cabo das primeiras audições, criando uma vaga sensação de ansiedade que só é acalmada ao som dos últimos acordes. Uma experiência sonora única e impressionante.

in CLIP (Diário de Aveiro), 14 Junho 2007

sábado, 9 de junho de 2007

Edição de Junho 12, 2007

Passatempo METAL HEART

Oferta de quatro (4) cópias do #2 da revista Metal Heart

Inclui:

- Entrevistas com Rainbow, I, Destruction, Moonspell, Cradle of Filth, Disillusion, entre outras;
- Dezenas de criticas de CDs;
- 64 páginas.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Edição de Junho 12, 2007

Na 2º Hora:
Entrevista com Throllv Vaeshiin, baterista dos suecos RIMFROST a propósito do lançamento do álbum «A Frozen World Unknown».

"No princípio só queriamos tocar como os Immortal e este álbum é ainda uma reflexo dessa fase. O próximo álbum vai ser bastante diferente: mais variado e sem limites em termos de estilo"
(Throllv Vaeshiin, sobre o álbum de estreia)

DIMMU BORGIR

«In Sorte Diaboli»
(Nuclear Blast, 2007) [9/10]

Depois de dois álbuns consecutivos gravados com orquestras, os mestres do black metal bombástico voltaram a empunhar exclusivamente as suas próprias armas para criar o álbum mais negro e agressivo da sua carreira. Pautado pela composição detalhada que é característica na banda norueguesa, com melodias majestosas e sombrias e momentos de uma força devastadora, «In Sorte Diaboli» mantém a habitual inclinação clássica mas poupa bastante nos aspectos sinfónicos. Os teclados assumem essencialmente um papel de segundo plano, com os riffs monstruosos de Silenoz e Galder a funcionar desta vez mais como elemento condutor. Para além do registo sardónico de Shagrath o álbum inclui outros tipos de vozes, alguns coros, e uma maior participação do impressionante ICS Vortex. Com um som poderoso, resultante da produção sábia de Fredrik Nordstrom, este sétimo de originais não é propriamente um trabalho que adicione algo de genuinamente novo ao legado dos Dimmu Borgir, mas é sem dúvida um álbum ao nível do mais sublime que a banda fez no passado.


in CLIP (Diário de Aveiro), 7 Junho 2007

quinta-feira, 31 de maio de 2007

SULPHUR

«Cursed Madness»
(Osmose Productions / Recital, 2007) [7.5/10]

Apresentaram-se ao vivo em Coimbra no passado dia 18 (com os Unleashed e Belphegor) para promover este disco de estreia, um álbum com elementos de death e black metal em partes iguais, que apesar de não ser particularmente notável no estilo apresenta uma composição com um cunho próprio, muito madura, plena de riffs atractivos e com um óptimo equilibro entre passagens esmagadoras e alguns momentos mais delicados. Com um total de nove temas incluindo um instrumental, «Cursed Madness» é um trabalho denso e poderosíssimo com detalhes interessantes e uma execução impecável, assinado por um quarteto norueguês cuja formação inclui Øyvind Madsen, guitarrista e teclista que passou pelo line-up ao vivo dos Enslaved e Erik Heggernes, ex-baterista dos Aeternus e Gorgoroth. Com tantas estreias por aí a deixar muito a desejar, esta é uma das boas revelações a registar em 2007.

in CLIP (Diário de Aveiro), 31 Maio 2007

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Edição de Maio 29, 2007

Na 2º Hora:

Entrevista com Sander Gommans, guitarrista/vocalista dos holandeses AFTER FOREVER a propósito do lançamento do novo álbum (homónimo).


"Este álbum tem por título «After Forever» porque resume musicalmente tudo o que a banda foi no passado e é no presente, revelando ao mesmo tempo alguns aspectos do que poderá ser a nossa direcção artística no futuro."
(Sander Gommans, sobre o novo disco)

quinta-feira, 24 de maio de 2007

MAYHEM

«Ordo Ad Chao»
(Season of Mist, 2007) [9/10]

Depois de «Chimera», um álbum menos ambicioso que acabou por saber a pouco, a banda norueguesa volta a impressionar com o mesmo nível de inovação e experimentalismo que caracterizou «Grand Declaration of War» em 2000. A composição de Blasphemer, o arquitecto desta nova fase artística da banda, é complexa e única baseando-se muito em sequências lentas, quase doomy, que repentinamente são assaltadas por riffs mais rápidos e erupções de blast beats. Os temas são todos extremamente dinâmicos e fazem-se de construções por vezes caóticas, por vezes dissonantes, exigindo algumas audições para se digerir na totalidade. O regressado Attila Csihar evoluiu muito desde a sua prestação no infame «De Mysteriis Dom Sathanas», e o seu estilo actual, muito peculiar, adequa-se na perfeição à atmosfera negra e sufocante do novo trabalho. «Ordo ad Chao» é um disco sem um único momento fraco, onde a banda mais controversa da história do black metal se reinventa e se reafirma como uma força ímpar na cena contemporânea.

in CLIP (Diário de Aveiro), 24 Maio 2007

quinta-feira, 17 de maio de 2007

DHG (DØDHEIMSGARD)

«Supervillain Outcast»
(Moonfog Productions / Recital, 2007) [8/10]

Daqui a algumas décadas esta será ainda uma banda recordada, não necessariamente por este novo álbum mas sim por «666 International» esse disco incontornável que marcou com um golpe de génio a música extrema em 1999. Oito anos depois a banda emerge finalmente com «Supervillain Outcast», um álbum recheado de estruturas rítmicas ora apelativas ora estranhas, elementos electrónicos, refrões infecciosos e algumas blast beats. A música retém ainda algum do carácter avantgarde de outrora mas é bastante menos ousada em comparação com «666…». Ao mesmo tempo a maior parte dos temas baseiam-se em estruturas rock demasiado convencionais, evidenciando por vezes uma evolução numa direcção musical mais amistosa que pouco ou nada tem que ver com o legado da banda em causa. Porém, se o álbum não for observado no contexto do trabalho anterior da banda mas antes como uma manifestação artística isolada, então este é disco para ser considerado facilmente como um dos melhores álbuns do ano.

in CLIP (Diário de Aveiro), 17 Maio 2007

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Edição de Maio 8, 2007

Na 2º Hora:


Entrevista com Ben Borucki, guitarrista/vocalista dos alemães SONIC REIGN a propósito do lançamento do álbum «Raw Dark Pure».

"Os criticos têm insistido quase exclusivamente nas nossas influências de Satyricon, mas eu não acho que essas influências sejam assim tão evidentes. Até parece que a nossa música se resume a isso!"
(Ben Borucki, sobre o novo disco)

MONSTROSITY

«Spiritual Apocalypse»
(Metal Blade / Recital, 2006) [9/10]

Apesar de terem deixado em 2004 a impressão de alguma crise de ideias com o medíocre «Rise to Power», os Monstrosity estão aparentemente longe de querer abandonar a primeira liga do death metal da qual eles próprios foram precursores no início da década passada. A prova disso está à vista em «Spiritual Apocalypse», disco onde a banda de Lee Harrison apresenta uma composição das mais ricas e elaboradas de sempre, com riffs inspirados e pormenores técnicos que prendem a atenção a todo o momento. A execução é ao mesmo tempo precisa e criativa, com a percussão de Harrison muito superior ao seu habitual, o novato Mark English a debitar leads de guitarra de arrepiar a espinha, e o ainda mais novato Mike Hrubovcak a aplicar-se a plenos pulmões numa performance verdadeiramente mortífera. «Spiritual Apocalypse» retém a intensidade brutal característica do colectivo da Florida, só que desta vez o massacre sónico é infligido com o requinte e a subtileza presentes apenas nos grandes discos do género.

in CLIP (Diário de Aveiro), 3 Maio 2007

quinta-feira, 26 de abril de 2007

ORENDA

«Back in the Grave»
(No Colours Records, 2006) [4/10]

Ao fim de três penosas audições não consegui extrair deste disco nada mais do que uma constante sensação de tédio e pobreza. «Back in the Grave» é um disco de puro black metal. Mas ao mesmo tempo, na sua maior parte, é um disco oco e sem imaginação. Cada uma das músicas resume-se a um único riff que se repete incessantemente do princípio ao fim. A cadência rítmica é mantida enjoativamente constante, mesmo de um tema para o seguinte, não havendo lugar a qualquer espécie de breaks e muito menos refrões. Os teclados, quando presentes, surgem sempre no background e a guitarra solo faz-se ouvir ocasionalmente em linhas melódicas discretas evitando que o álbum seja um completo desastre. No entanto, como a mistura é sempre dominada por uma secção rítmica monótona e maçadora, estes acabam por ser aspectos que elevam muito pouco o resultado final. Quem busca metal de qualidade fica desde já avisado pois não é aqui que o vai encontrar.

in CLIP (Diário de Aveiro), 26 Abril 2007

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Edição de Abril 24, 2007

Na 1ª Hora

Passatempo
DJ Crusher Vol. 8

Oferta de cinco (5) cópias do CD Compilação da Metal Blade DJ Crusher Vol. 8, que inclui:
- 10 bandas: Six Feet Under, Vomitory, Symphorce, Monstrosity, Sonic Reign, Psyopus, entre outras;
- 19 temas extraídos dos mais recentes lançamentos;
- Mais de 70 min de destruição e morte... :-)

sábado, 21 de abril de 2007

Edição de Abril 24, 2007

Na 2º Hora:

Entrevista com Shagrath (Stian Thoresen), vocalista dos noruegueses DIMMU BORGIR a propósito do lançamento do novo álbum «In Sorte Diaboli».

"Os fãs têm sempre de se queixar!... Desta vez é porque o álbum tem poucos solos! Se tivesse muitos, então estava mal porque tinha solos a mais!... Não podemos satisfazer todos ao mesmo tempo. O importante é que nós fiquemos satisfeitos."
(Shagrath, sobre o novo disco)

quinta-feira, 19 de abril de 2007

THRESHOLD

«Dead Reckoning»
(Nuclear Blast / Recital, 2007) [9.5/10]

Álbuns de metal progressivo há muitos, mas não como este. É que «Dead Reckoning» tem a dupla virtude de agradar quase de imediato de fio a pavio, e ao mesmo tempo ser um trabalho suficientemente elaborado e com substrato técnico q.b. para fazer feliz qualquer fã do género. Neste oitavo disco de originais a banda inglesa usa e abusa de trejeitos de composição do comercial AOR, que resultam em temas não só perfeitos em todos os aspectos, como muito catchy. Este resultado fica a dever-se em muito, a refrões fortes, a linhas e arranjos vocais estudados e à maravilhosa prestação vocal de Andrew McDermott, assim como às brilhantes sequências instrumentais e aos rendilhados de teclados e guitarras de Richard West e Karl Groom. Surpreendentemente dois temas incluem o registo gutural de Dan Swano. Depois de quase duas décadas de actividade os Threshold parecem ter concretizado finalmente todo o seu talento em «Dead Reckoning». Um álbum que não vai deixar ninguém indiferente.

in CLIP (Diário de Aveiro), 19 Abril 2007