sábado, 23 de maio de 2009

Edição de Maio 26, 2009

Na 2ª Hora

Entrevista com Steffen Kummerer, vocalista e guitarrista dos germânicos OBSCURA a propósito do mais recente álbum «Cosmogenesis».

- "Na relação com os outros membros da banda sou um ditador democrático... :-)";
- "Os Death e os Cynic são bandas muito técnicas mas a sua música tem sempre uma estrutura fluída que a torna atractiva e relativamente acessível - foi isso mesmo que tentamos fazer neste álbum";
- "Ser comparado com os Cynic não é assim tão mau... Nós até roubamos 10seg de um solo do "Veil of Maya" (do álbum «Focus»). Se encontrares esse excerto no nosso disco pago-te um gelado... :-)"
(Steffen Kummerer)
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quarta-feira, 20 de maio de 2009

BLUT AUS NORD

«Memoria Vetusta II: Dialogue with the Stars»
(Candlelight, 2009) [9/10]

Apesar de uma certa atitude ‘low profile’ que passa por não tocar ao vivo, manter o anonimato dos músicos e conceder o mínimo número possível de entrevistas, os Blut Aus Nord são cada vez mais um nome incontornável no que toca à inovação de sonoridades na área do black metal. Neste que é, supostamente, a segunda parte de um trabalho homónimo publicado em 1996 (com o qual tem muito pouco em comum, diga-se), o misterioso colectivo francês volta a orientar a sua visão sónica muito pessoal numa direcção mais agressiva (do que em «Odinist») favorecendo também composições mais longas e dinâmicas. Os nove temas são ricos em extensos segmentos instrumentais onde sobressai o característico timbre pouco distorcido mas sempre desolado das guitarras, que se faz ouvir nas melodias místicas dos leads e nas dissonâncias sombrias das transições. Como sempre o duplo baixo é proeminente e a bateria é simples e algo industrializada, mas é assim que resulta eficaz mesmo nas sequências rítmicas mais elaboradas. O registo abrasivo de Vindsval ecoa sempre abafado e de forma quase indistinguível dos restantes instrumentos, e o trabalho de teclados no background é essencial para amornar a atmosfera gélida e sinistra da música. «Memoria Vetusta II» é uma experiência intensa que remete para lá da esfera da consciência; para uma dimensão onírica, tenebrosa e bizarra, mas simultaneamente de uma beleza transcendente.

in CLIP (Diário de Aveiro), 21 Maio 2009

domingo, 10 de maio de 2009

ANOMALLY

«Once in Hell…»
(edição de autor, 2008) [6.5/10]

Oriundos dos Açores os Anomally apresentam um death metal de atmosfera intensamente gótica com teclados bem integrados e uma dose generosa de vozes limpas. O colectivo pode ter apenas três ou quatro anos de existência mas os músicos não são seguramente principiantes - pelo menos é essa a impressão que fica depois de uma audição atenta deste álbum de estreia. Todas as faixas apresentam, de forma consistente, o mínimo em termos de qualidade de composição e diversidade para espicaçarem o interesse, incluindo até pelo meio alguns refrões fortes e apelativos, mas que nunca tornam as canções excessivamente fáceis. Tudo soa no lugar certo, com uma execução particularmente convincente da parte das guitarras e dos teclados e alguns embelezamentos aqui e ali na forma de samples que contextualizam e dão um toque mais dramático a certas passagens. A voz principal, variando entre o gutural profundo e um estilo mais black metal, sobressai sempre como o elemento sonoro mais agressivo. Apesar de ambos estes registos vocais reforçarem positivamente a natureza sombria da música, há alturas, no entanto, em que parecem baralhar-se mutuamente. Embora a banda se movimente por terreno já palmilhado e a modesta produção do disco não faça verdadeira justiça às qualidades intrínsecas da música, «Once in Hell...» deixa a clara sensação de uma feroz declaração de intenções. Os Anomally não vão certamente ficar por aqui.

in CLIP (Diário de Aveiro), 7 Maio 2009