domingo, 11 de outubro de 2009

Edição de Outubro 13, 2009

Na 2ª Hora

Entrevista com Skatro (João Ramos), vocalista dos portugueses HO-CHI-MINH, a propósito do álbum de estreia «It Has Begun».

- "Para nós este é um álbum perfeito no sentido em que foi feito com o produtor que escolhemos, da maneira como quisemos, tendo o resultado saído até melhor do que esperávamos";
- "... sem dúvida aquilo que mais nos distingue de tudo o resto é a componente electrónica";
- "Simpatizamos desde logo com o nome Ho-Chi-Minh porque soa bem e é diferente de tudo o resto. É o nome de um líder revolucionário mas também se traduz por "aquele que ilumina, aquele que liberta", significado que acabou por se tornar a razão principal para mantermos este nome."
(Skatro)
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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

DRUDKH

«Microcosmos»
(Season of Mist, 2009) [8.5/10]

Fizeram-se notar desde o primeiro disco, «Forgotten Legends», em 2003, e são actualmente um dos fenómenos mais recentes a emergir da obscuridade do underground, impulsionados apenas pela modesta promoção de uma pequena editora (a banda não concede entrevistas nem dá concertos) e pelo fascínio que exercem numa horda cada vez mais numerosa e entusiástica de fãs. O que fazem é nitidamente black metal, mas segundo uma versão atmosférica e épica que transporta muito da alma do seu país de origem, a Ucrânia. Este sétimo disco de originais alinha-se na mesma direcção do álbum anterior, «Estrangement», baseando-se em andamentos predominantemente moderados a lentos, por vezes a roçar o doomy, longas passagens instrumentais com fraseados que se repetem como mantras gerando por vezes uma certa tensão, e uma ambiência que sugere algo de contemplativo. Mas há também diferenças notórias e bem-vindas em relação ao disco de 2007. Em «Microcosmos» a música aparenta mais elementos progressivos e é em geral mais refinada. A malha de riffs tem nuances folk mais vincadas (não se trata, no entanto, de folk metal) que fazem lembrar por vezes os irlandeses Primordial. As secções calmas são mais profundas e expansivas e os solos de guitarra são os mais inspirados de sempre. Em suma, qualidades que fazem deste álbum uma experiência sónica ímpar, confirmando ao mesmo tempo as boas razões que tínhamos para considerar este como um dos discos mais aguardados de 2009.

in CLIP (Diário de Aveiro), 8 Outubro 2009