quinta-feira, 15 de março de 2007

PSYOPUS

«Our Puzzling Encounters Considered»
(Metal Blade / Recital, 2007) [9/10]

Como é humanamente possível tocar assim? - é sempre a questão que me assalta a mente por mais vezes que ouça este disco. Esqueçam todas as regras convencionais de composição e tentem imaginar estruturas rítmicas sem padrões repetitivos, completamente esquizofrénicas, dinâmicas, por vezes até hilariantes, e executadas a uma velocidade devastadora. Adicionem agora muita dissonância, uma boa dose de influências jazz, um trabalho de guitarra que bem poderia ser o de Steve Vai em estado mental alterado, uma percussão de fazer cair o queixo e vocais ao estilo hardcore, e talvez fiquem com uma vaga ideia de como soa este segundo álbum dos Psyopus. Em franco contraste com todo este caos organizado o disco inclui dois surpreendentes instrumentais incrivelmente melódicos, sendo precisamente nesta forma particular de lidar com os extremos sonoros que o quarteto norte-americano se distingue de referências incontornáveis como os The Dillinger Escape Plan e todo o movimento mathcore.

in CLIP (Diário de Aveiro), 15 Março 2007

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