quinta-feira, 5 de abril de 2007

Edição de Abril 10, 2007

Na 2º Hora:

Entrevista com Hugo Santos, guitarrista/vocalista dos portugueses PROCESS OF GUILT, a propósito do lançamento do álbum «Renounce».

Process of Guilt: Revelação do doom metal nacional
Vão assegurar a primeira parte dos dois concertos de Katatonia a 11 e 12 do corrente, respectivamente no Teatro Sá da Bandeira, Porto e Paradise Garage, Lisboa. Uma oportunidade para conhecer ao vivo esta banda de Évora, responsável por um dos melhores álbuns de metal de 2006. O guitarrista e vocalista Hugo Santos falou ao Clip.

Neste momento ainda a digerir o primeiro impacto causado pelo álbum «Renounce», qual é o sentimento colectivo que se vive no seio da banda?
Estamos muito contentes, claro. A nível nacional o álbum foi muito bem acolhido e as críticas que temos vindo a receber lá de fora também têm sido, em geral, igualmente favoráveis. Este disco representa o culminar dum processo que começou com as maquetes e continuou depois com todo o esforço realizado para chegar a este resultado final que é o «Renounce». É sem dúvida um marco na nossa mini carreira.

Apesar de conter maioritariamente influências de doom tradicional, o vosso álbum tem sido muito caracterizado como post-doom. O que é que tens a dizer sobre isto?
Penso que a nossa sonoridade inclui elementos de vários estilos que nos agradam. O post-doom de bandas como Cult of Luna ou Neurosis também está representado na nossa música. Mas sem dúvida que somos uma banda mais voltada para o doom/death tradicional pois foram exactamente este género de bandas, como Katatonia e Morgion, que nos levaram a formar os Process of Guilt há uns anos atrás, tendo sido sempre dentro deste espectro sonoro que nos tentamos desenvolver.

A falta de cunho pessoal foi uma crítica recorrente à vossa mais recente demo. Achas que o álbum já inclui o traço característico que vos faltava?
Penso que sim. No «Renounce» parece-me que a sonoridade está um pouco mais definida. Durante a composição tentamos sempre fugir a colagens óbvias e imprimir a nossa própria identidade, mantendo sempre alguma coerência. Embora haja elementos que podes associar a uma miríade de bandas do género, acho que temos aqui o cunho dos Process of Guilt e isso nota-se particularmente ao nível das vozes e dos solos de guitarra.

Onde costumas ir buscar a inspiração para escrever as letras?
As letras reportam-se quase sempre a experiências pessoais ou a vivências humanas que nos circundam. Os temas que escolho nem sempre são os mais positivos pois são estes que melhor se adaptam ao conceito e à ambiência da nossa música.

E quanto aos dois concertos de Katatonia que se avizinham? O que nos podes dizer?
É sem dúvida uma honra para nós e ao mesmo tempo uma feliz coincidência pois os Katatonia são uma das maiores referências na evolução dos Process of Guilt. Não obstante a nossa música esteja mais ligada ao que a banda fez no passado, pessoalmente continuo a apreciar muito o trabalho que eles têm vindo a produzir nos últimos anos, apesar de se basear numa estética completamente diferente.


in CLIP (Diário de Aveiro), 5 Abril 2007

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