segunda-feira, 21 de abril de 2008

ROOT

«Daemon Viam Invenient»
(Shindy Productions, 2008) [6/10]

Ser conhecido e respeitado em todo o mundo sem nunca ter beneficiado, em vinte anos de carreira, da ajuda da máquina promocional de uma grande editora, é talvez uma das melhores definições do que é ser uma ‘banda de culto’. Depois de criarem com «Madness of the Graves» um dos trabalhos mais acessíveis de sempre, os lendários Root regressam ao ecletismo de registos anteriores com um disco que cruza elementos diversos, desde o dark/death metal ao gótico e até ao blues, mas que tem sobretudo a marca peculiar do colectivo Checo. Ao mesmo tempo, este é um dos álbuns menos inspirados dos últimos anos, com algumas faixas enfadonhas e até dispensáveis, e uma certa incoerência interna que faz com que soe por vezes como uma compilação de músicas soltas unidas apenas pelo mesmo fio condutor lírico. Em grande medida o disco só não descamba para um completo fiasco graças ao magnífico e amplo espectro vocal do carismático Big Boss, que parece continuar no seu melhor apesar dos seus já 55 anos de idade (!). Enfim, um momento menos feliz para os Root que nos deixa a aguardar ainda mais ansiosamente pelo próximo álbum.

in CLIP (Diário de Aveiro), 17 Abril 2008

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