«Traced in Air»
(Season of Mist, 2008) [9/10]
Depois de uma dissolução prematura em 1994 e do entusiasmo que despertaram no Verão do ano passado com o anúncio de algumas datas ao vivo, regressam agora em pleno com o álbum mais aguardado do ano. Quem os conhece sabe que figuram nos anais da história do metal à custa do único disco que gravaram, e que a banda da Florida agrupava na altura nomes tão sonantes como Paul Masvidal, Sean Reinert, Sean Malone e Jason Gobel. Catorze anos depois os Cynic apresentam-se com a mesma formação nuclear (os três primeiros músicos) e um álbum bem à altura do legado deixado por «Focus», apesar de moldado à luz duma abordagem sónica actualizada. Esta passa pelos mesmos elementos de jazz de fusão, acoplados agora num estilo de metal/rock progressivo na linha de Porcupine Tree ou até Rush, e uma composição rica e fluente, embora não propriamente de assimilação imediata. Do death metal do passado ficou apenas a memória, o mesmo podendo ser dito em relação ao baixo proeminente de Malone - uma das marcas distintivas do som Cynic - que agora surge mais dissimulado e em segundo plano. Masvidal opta desta vez, e bem, pelo seu registo natural e por um recurso menos frequente à voz processada, assegurando ainda assim aquele carácter espiritual que reveste a música de uma certa ressonância cósmica. A voz gutural do novato Tymon Kruidenier surge apenas ao de leve, como voz de apoio, adaptando-se bem ao estilo menos agressivo desta nova encarnação dos Cynic. Segundo palavras do próprio Masvidal, «Traced in Air» é uma espécie de “regresso à inocência”; um retorno a um estado de pureza artística. Esperemos é que não seja também uma cura momentânea para uma crise de meia-idade e que os Cynic não desapareçam tão depressa como regressaram.
in CLIP (Diário de Aveiro), 6 Novembro 2008
(Season of Mist, 2008) [9/10]
Depois de uma dissolução prematura em 1994 e do entusiasmo que despertaram no Verão do ano passado com o anúncio de algumas datas ao vivo, regressam agora em pleno com o álbum mais aguardado do ano. Quem os conhece sabe que figuram nos anais da história do metal à custa do único disco que gravaram, e que a banda da Florida agrupava na altura nomes tão sonantes como Paul Masvidal, Sean Reinert, Sean Malone e Jason Gobel. Catorze anos depois os Cynic apresentam-se com a mesma formação nuclear (os três primeiros músicos) e um álbum bem à altura do legado deixado por «Focus», apesar de moldado à luz duma abordagem sónica actualizada. Esta passa pelos mesmos elementos de jazz de fusão, acoplados agora num estilo de metal/rock progressivo na linha de Porcupine Tree ou até Rush, e uma composição rica e fluente, embora não propriamente de assimilação imediata. Do death metal do passado ficou apenas a memória, o mesmo podendo ser dito em relação ao baixo proeminente de Malone - uma das marcas distintivas do som Cynic - que agora surge mais dissimulado e em segundo plano. Masvidal opta desta vez, e bem, pelo seu registo natural e por um recurso menos frequente à voz processada, assegurando ainda assim aquele carácter espiritual que reveste a música de uma certa ressonância cósmica. A voz gutural do novato Tymon Kruidenier surge apenas ao de leve, como voz de apoio, adaptando-se bem ao estilo menos agressivo desta nova encarnação dos Cynic. Segundo palavras do próprio Masvidal, «Traced in Air» é uma espécie de “regresso à inocência”; um retorno a um estado de pureza artística. Esperemos é que não seja também uma cura momentânea para uma crise de meia-idade e que os Cynic não desapareçam tão depressa como regressaram.
in CLIP (Diário de Aveiro), 6 Novembro 2008
3 comentários:
Um dos álbuns mais esperados do ano e até da década.
Até agora apenas o álbum de Spiral Architect lhe fazia alguma "concorrência".
E que saudades dos Death!
Sim, os Spiral Architect deixaram saudades, mas a seguir aos Cynic gostava de ter um novo álbum de Atheist. A reunião para algumas datas ao vivo já aconteceu; vamos lá a ver se é para continuar.
EM
O unquestionable presence é dos meus álbuns favoritos. Andei anos a ver se o arranjava até conseguir as reedições.
Acho que está previsto mais alguma coisa de Atheist para além da reunião. Pode ser que haja surpresas para o ano...
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