«Microcosmos»
(Season of Mist, 2009) [8.5/10]
Fizeram-se notar desde o primeiro disco, «Forgotten Legends», em 2003, e são actualmente um dos fenómenos mais recentes a emergir da obscuridade do underground, impulsionados apenas pela modesta promoção de uma pequena editora (a banda não concede entrevistas nem dá concertos) e pelo fascínio que exercem numa horda cada vez mais numerosa e entusiástica de fãs. O que fazem é nitidamente black metal, mas segundo uma versão atmosférica e épica que transporta muito da alma do seu país de origem, a Ucrânia. Este sétimo disco de originais alinha-se na mesma direcção do álbum anterior, «Estrangement», baseando-se em andamentos predominantemente moderados a lentos, por vezes a roçar o doomy, longas passagens instrumentais com fraseados que se repetem como mantras gerando por vezes uma certa tensão, e uma ambiência que sugere algo de contemplativo. Mas há também diferenças notórias e bem-vindas em relação ao disco de 2007. Em «Microcosmos» a música aparenta mais elementos progressivos e é em geral mais refinada. A malha de riffs tem nuances folk mais vincadas (não se trata, no entanto, de folk metal) que fazem lembrar por vezes os irlandeses Primordial. As secções calmas são mais profundas e expansivas e os solos de guitarra são os mais inspirados de sempre. Em suma, qualidades que fazem deste álbum uma experiência sónica ímpar, confirmando ao mesmo tempo as boas razões que tínhamos para considerar este como um dos discos mais aguardados de 2009.
(Season of Mist, 2009) [8.5/10]
Fizeram-se notar desde o primeiro disco, «Forgotten Legends», em 2003, e são actualmente um dos fenómenos mais recentes a emergir da obscuridade do underground, impulsionados apenas pela modesta promoção de uma pequena editora (a banda não concede entrevistas nem dá concertos) e pelo fascínio que exercem numa horda cada vez mais numerosa e entusiástica de fãs. O que fazem é nitidamente black metal, mas segundo uma versão atmosférica e épica que transporta muito da alma do seu país de origem, a Ucrânia. Este sétimo disco de originais alinha-se na mesma direcção do álbum anterior, «Estrangement», baseando-se em andamentos predominantemente moderados a lentos, por vezes a roçar o doomy, longas passagens instrumentais com fraseados que se repetem como mantras gerando por vezes uma certa tensão, e uma ambiência que sugere algo de contemplativo. Mas há também diferenças notórias e bem-vindas em relação ao disco de 2007. Em «Microcosmos» a música aparenta mais elementos progressivos e é em geral mais refinada. A malha de riffs tem nuances folk mais vincadas (não se trata, no entanto, de folk metal) que fazem lembrar por vezes os irlandeses Primordial. As secções calmas são mais profundas e expansivas e os solos de guitarra são os mais inspirados de sempre. Em suma, qualidades que fazem deste álbum uma experiência sónica ímpar, confirmando ao mesmo tempo as boas razões que tínhamos para considerar este como um dos discos mais aguardados de 2009.
in CLIP (Diário de Aveiro), 8 Outubro 2009
1 comentário:
Desta vez, li no Clip mesmo.
É uma sensação maravilhosa, ler um texto de um amigo publicado num jornal.
Esta crónica até me deu vontade de ouvir o CD novamente!
E tive a sorte de encontrar um exemplar do Clip onde saiu a crónica sobre os Ahab - que eu adorei - e uma foto tirada pelo Ângelo (mas que não tinha nada a ver com os do nautic funeral doom, claro).
Ouro sobre azul!!! :)
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