sexta-feira, 20 de novembro de 2009

REVOCATION

«Existence is Futile»
(Relapse Records, 2009) [7.5/10]

No ano passado estriaram-se com um álbum espantoso que lhes valeu o epíteto de próxima ‘big thing’ na área do thrash/death metal técnico e a ligação à editora onde se encontram agora ancorados. O segundo longa-duração, lançado apenas dezasseis meses depois, confirma a excelência do trio de Boston destacando em particular a destreza do guitarrista David Davidson que nos volta a brindar com leads de atordoar, acenando influências que vão desde Michael Amott a Devin Townsend, passando por virtuosos clássicos como Marty Friedman. Mas para além deste lado técnico proeminente (que é sempre um valor acrescentado neste tipo de música) e do talento que o colectivo evidencia na forma como integra uma série de apontamentos refrescantes que vão beber a tudo o que é menos convencional na música extrema, a sonoridade e o estilo base adoptados neste novo trabalho – quase sempre veloz e farto em blast beats – apresenta muitos dos atributos do death metal melódico e do furacão deathcore que caracteriza bandas como As I Lay Dying e Darkest Hour. A aproximação a esta corrente está, aliás, bem patente nos registos vocais de Davidson e do baixista Anthony Buda, e francamente soa um pouco estranha nos Revocation se considerarmos que esteve quase totalmente ausente do disco anterior e se trata, no fim de contas, de algo já muito mastigado. Apesar deste ponto a desfavor e da qualidade inconstante dos doze temas, «Existence is Futile» inclui o bastante em termos de momentos de génio para fazer corar de inveja muitas bandas supostamente com “créditos firmados”.

in CLIP (Diário de Aveiro), 19 Novembro 2009

2 comentários:

csa disse...

Agora sim, já está actualizado.
Bela crónica, a fazer recordar bela música... que não perco nada em ouvir de novo! :)
Tenho uma especial simpatia pela última faixa - Tragedy of modern times.
E o estilo de David Davidson enquanto guitarrista promete mesmo muito! :) :) :)

CAIS DO PARAÍSO disse...

Também é a minha faixa favorita.
EM