«Metaphortime»
(Recital Records, 2009) [8.5/10]
Provenientes de Vila Real, os Thee Orakle apresentam-se com uma proposta surpreendente, ao nível do melhor metal progressivo de contornos extremos jamais produzido em território nacional. A combinação do vozeirão negro e desesperado de Pedro Silva com o registo luminoso e seguro de Micaela Cardoso - bem ao estilo da ex-The Gathering Anneke van Giersbergen -, a par de uma sonoridade, ao mesmo tempo poderosa e rica em melodia e atmosfera, conferem ao colectivo o mesmo tipo de apelo de outras formações gothic/death. Contudo, esta banda parece ir buscar mais influências prog do que é habitual neste formato, apresentando aqui um conjunto de temas elaborados que integram na perfeição momentos de grande intensidade com longas passagens tranquilas e animadoras, incluindo refrães catchy e solos excelentes que, no seu conjunto, flúem como peças coesas e harmoniosas. Com uma execução irrepreensível e um trabalho de bateria especialmente criativo, «Metaphortime» (um conceptual que tem na alquimia o seu tema de fundo) é um daqueles discos em que é difícil destacar canções em particular porque todas parecem ter sido objecto do mesmo trabalho meticuloso de concepção, do ponto de vista lírico e instrumental, apresentando assim, cada uma, os seus atractivos particulares. A produção de Daniel Cardoso desempenha aqui um papel fundamental no resultado final obtido, e a única coisa que não faz jus à qualidade da música é mesmo a capa do CD. Tirando isso, este é sem dúvida um dos melhores álbuns de estreia na história recente do metal luso.
(Recital Records, 2009) [8.5/10]
Provenientes de Vila Real, os Thee Orakle apresentam-se com uma proposta surpreendente, ao nível do melhor metal progressivo de contornos extremos jamais produzido em território nacional. A combinação do vozeirão negro e desesperado de Pedro Silva com o registo luminoso e seguro de Micaela Cardoso - bem ao estilo da ex-The Gathering Anneke van Giersbergen -, a par de uma sonoridade, ao mesmo tempo poderosa e rica em melodia e atmosfera, conferem ao colectivo o mesmo tipo de apelo de outras formações gothic/death. Contudo, esta banda parece ir buscar mais influências prog do que é habitual neste formato, apresentando aqui um conjunto de temas elaborados que integram na perfeição momentos de grande intensidade com longas passagens tranquilas e animadoras, incluindo refrães catchy e solos excelentes que, no seu conjunto, flúem como peças coesas e harmoniosas. Com uma execução irrepreensível e um trabalho de bateria especialmente criativo, «Metaphortime» (um conceptual que tem na alquimia o seu tema de fundo) é um daqueles discos em que é difícil destacar canções em particular porque todas parecem ter sido objecto do mesmo trabalho meticuloso de concepção, do ponto de vista lírico e instrumental, apresentando assim, cada uma, os seus atractivos particulares. A produção de Daniel Cardoso desempenha aqui um papel fundamental no resultado final obtido, e a única coisa que não faz jus à qualidade da música é mesmo a capa do CD. Tirando isso, este é sem dúvida um dos melhores álbuns de estreia na história recente do metal luso.
in CLIP (Diário de Aveiro), 10 Dezembro 2009
1 comentário:
Desta vez, fiz o comentário ao vivo, antes de o fazer aqui.
Mas, mesmo assim, deixo um comentário sobre esta crónica. :)
Gostei muito de ouvir esta banda no VOA (de saudosa memória!) e no CD.
Mas continuo a gostar mais da voz masculina que da feminina. Hehe!
Parecem-me músicos nacionais merecedores de atenção. :)
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