«Foulest Semen of a Sheltered Elite»
(Ván Records, 2009) [9.5/10]
No que concerne à franja mais extrema e sombria do espectro metálico, este foi, no balanço final, o disco mais impressionante a surgir em 2009. Ainda que possa ser descrito seguramente como algo na linha do black/doom mais moderno, nenhum rótulo é suficiente para reflectir com rigor o que este trabalho tem para oferecer. Desde logo destaca-se pelas vozes usadas, as quais variam entre um registo limpo por vezes parecido com o de Big Boss dos Root, uma vocalização profunda e meio gutural, e toda a sorte de variantes e efeitos magníficos que resultam numa atmosfera verdadeiramente surreal. Os temas são todos longos, contudo o estilo de composição é de tal forma consistente - apesar da multiplicidade de influências presentes - que os oitenta minutos de duração do disco flúem quase sem nos darmos conta. As guitarras conferem ao álbum uma sonoridade única e absolutamente monstruosa, e os teclados e os samples estrategicamente colocados, criam imagens envolventes de um estranho mundo. E o que é curioso é que toda esta maravilha foi criada por um único músico: Alexander von Meilenwald, talentoso multi-instrumentista alemão que tem vindo a desenvolver este projecto a solo desde que saiu dos Nagelfar, e que criou, com a sua visão singular, neste que é o seu terceiro álbum, uma das experiências sonoras mais geniais e gratificantes dos últimos anos na área do black metal. Se pensam que já não há nada suficientemente épico e megalómano no género capaz de vos arrebatar, então este disco talvez vos faça mudar de ideias. Fica a proposta.
in CLIP (Diário de Aveiro), 14 Janeiro 2010
(Ván Records, 2009) [9.5/10]
No que concerne à franja mais extrema e sombria do espectro metálico, este foi, no balanço final, o disco mais impressionante a surgir em 2009. Ainda que possa ser descrito seguramente como algo na linha do black/doom mais moderno, nenhum rótulo é suficiente para reflectir com rigor o que este trabalho tem para oferecer. Desde logo destaca-se pelas vozes usadas, as quais variam entre um registo limpo por vezes parecido com o de Big Boss dos Root, uma vocalização profunda e meio gutural, e toda a sorte de variantes e efeitos magníficos que resultam numa atmosfera verdadeiramente surreal. Os temas são todos longos, contudo o estilo de composição é de tal forma consistente - apesar da multiplicidade de influências presentes - que os oitenta minutos de duração do disco flúem quase sem nos darmos conta. As guitarras conferem ao álbum uma sonoridade única e absolutamente monstruosa, e os teclados e os samples estrategicamente colocados, criam imagens envolventes de um estranho mundo. E o que é curioso é que toda esta maravilha foi criada por um único músico: Alexander von Meilenwald, talentoso multi-instrumentista alemão que tem vindo a desenvolver este projecto a solo desde que saiu dos Nagelfar, e que criou, com a sua visão singular, neste que é o seu terceiro álbum, uma das experiências sonoras mais geniais e gratificantes dos últimos anos na área do black metal. Se pensam que já não há nada suficientemente épico e megalómano no género capaz de vos arrebatar, então este disco talvez vos faça mudar de ideias. Fica a proposta.
in CLIP (Diário de Aveiro), 14 Janeiro 2010
1 comentário:
Ena!
Que bela crónica!
Gosto imenso do texto e estou completamente de acordo com as ideias nele expressas.
E este álbum é um trabalho fantástico, que contribui para fortalecer ainda mais a minha preferência pelo black metal, no panorama da música extrema.
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