sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

NECRONAUT

«Necronaut»
(Regain Records, 2010) [7.5/10]

Com três anos de gestação, aí está finalmente o primeiro resultado do projecto que tem sido a menina dos olhos de Fred Estby desde que abandonou os Dismember. E não se trata simplesmente de death metal como o nome do histórico baterista e produtor sueco poderá sugerir. Aqui Estby dá largas a outras preferências pessoais que passam também pelo heavy tradicional, thrash e doom, embora mantenha as guitarras permanentemente afinadas a fundo nos graves, com aquele som primitivo de moto-serra tão típico do death escandinavo mais old-school. E para concretizar da melhor maneira este objectivo “multidisciplinar”, convidou uma horda de ilustres conterrâneos que deixam aqui a sua marca em temas que valem a pena ouvir. Entre os momentos mais viciantes destacam-se “Twilight at the trenches”, um corridinho que não deixa ninguém imóvel, interpretado pelo ex-Edge of Sanity Andreas Axelsson, e “In dark tribute”, um meio tempo em estilo Entombed com a carga malévola de dois Nifelheim: Hellbutcher (voz) e Tyrant (guitarra). JB, dos Grand Magus, empresta magistralmente a voz em “Soulside serpents”, um tema muito à Iron Maiden, reaparecendo depois na guitarra em “Returning to kill the light”, ao lado de Erik Danielsson, a diabólica voz dos Watain, naquela que é uma das mais inusitadas combinações do álbum. Chris Reifert, dos Autopsy, tem o seu registo cavernoso impresso em dois temas, e até o próprio Estby exercita a laringe com a garra dum Tom Araya numa faixa que é um verdadeiro tributo aos Slayer. Não sendo essencial, «Necronaut» vale pela curiosidade das colaborações e pela variedade do resultado.

in Clip (Diário de Aveiro), 9 Dezembro 2010

1 comentário:

csa disse...

Li a tua crónica e arranjei maneira de ouvir uma parte do CD.
É deveras interessante! :)
E quando fazes uma review ao último dos Lifelover?