sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

HELRUNAR

«Baldr ok Íss»
(Lupus Lounge, 2007) [7/10]

Estrearam-se em 2005 com «Frostnacht» e regressam agora com um álbum marginalmente mais agressivo, com segmentos rápidos em maior número, mas com todos os elementos chave do primeiro disco intactos. Os temas oscilam entre os andamentos a meio tempo e as barragens de blast beats, permeados a espaços por melodias arcaicas de folk executadas em delicadas passagens acústicas, e vozes que vão desde a aspereza típica do black metal a registos limpos, cantados ou declamados. Evocativo da espiritualidade de um passado longínquo, o álbum inclui faixas verdadeiramente memoráveis mas em geral a música bebe em demasia dos estereótipos do black mais tradicional, em especial de bandas como Enslaved e Satyricon. A interpretação de uma parte dos temas em norueguês (para além do idioma materno do colectivo, o alemão) aproxima-os ainda mais dos precursores que pretendem emular, o que, dependendo da perspectiva, funciona tanto contra como a favor. «Badr ok Íss» não contém pois nada de particularmente inovador, no entanto é um trabalho bom demais para que passe despercebido pelos fãs de black metal escandinavo.

in CLIP (Diário de Aveiro), 28 Dezembro 2007

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