sábado, 5 de janeiro de 2008

Os 10+ de 2007

Therion - «Gothic Kabbalah»
Psyopus - «Our Puzzling Encounters Considered»
Threshold - «Death Reckoning»
Dimmu Borgir - «In Sorte Diaboli»
Shining - «V – Halmstad»
Marduk - «Rom 5:12»
Turisas - «The Varangian Way»
Cobalt - «Eater of Birds»
The Ocean - «Precambrian»
Primordial - «The Nameless Dead»

Findo mais um ano de música é tempo de passar em revista o que de melhor 2007 nos trouxe. A lista acima apresenta uma selecção dos melhores álbuns do ano, escolhidos entre as várias centenas de discos que preencheram as cerca de cinquenta edições do Cais do Paraíso dos últimos doze meses. Como todas as selecções, esta também tem muito de pessoal e nesse sentido é ligeiramente polarizada na direcção das sonoridades mais favorecidas no programa - as mais extremas. Com excepção do último da lista, todos os álbuns foram alvo de uma curta crítica nesta secção em passadas edições do Clip. Oito deles foram Álbuns do Mês no Cais do Paraíso.
Seguindo a prática habitual, não se estabelece nenhuma ordem de preferência ou ranking entre os discos listados - cada um deles é o melhor à sua maneira. No capítulo das experiências sinistro-depressivas os Shining destacaram-se com um disco impressionante e os Cobalt surpreenderam com um dos álbuns mais inovadores dos últimos tempos. Os Marduk trocaram a obsessão da velocidade por uma abordagem mais elaborada que resultou no álbum de black metal do ano, enquanto os Psyopus não tiveram concorrência à altura nos domínios esquizofrénicos do mathcore e afins. Cinemático e megalómano, o disco dos Turisas foi a grande saliência do extremo mais acessível do espectro, a par da última novidade dos suecos Therion e do progressivo e super catchy álbum dos Threshold. Se caso a lista não se limitasse aos dez títulos, os discos adicionais a constar incluiriam necessariamente o último dos Mayhem, que voltaram a impressionar com o mesmo nível de inovação e experimentalismo, o prodigioso disco dos japoneses Sigh e, claro, o sofisticado trabalho dos Aghora.
Em 2007 as companhias discográficas continuaram a ver os seus negócios ensombrados pelos fenómenos da pirataria e do file-sharing, mas isso não parece ter afectado o volume de lançamentos. Contudo, esta é uma realidade que vai mudar a breve trecho. Quaisquer que sejam as transformações a este nível que o futuro reserva, o que nos interessa mesmo é que a boa música continue a fluir. Para nós trata-se de um bem de primeira necessidade.

in CLIP (Diário de Aveiro), 4 Janeiro 2008

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