quinta-feira, 31 de julho de 2008

ETERNAL DEFORMITY

«Frozen Circus»
(Code666, 2008) [8.5/10]

O nome é típico de banda de thrash dos anos 90 mas a editora sugere uma sonoridade bem mais moderna, e é disso mesmo que se trata. Para além de assentar numa espinha dorsal bem extrema, a música deste quinteto polaco reveste-se de sofisticados arranjos fortemente baseados em teclados e violinos, melodias cativantes, atmosferas góticas e alguns apontamentos de virtuosismo. O que fazem não é propriamente inovador, mas ainda assim há algo de genuíno na combinação entre o toque pessoal e dinâmico que conferem às suas composições levemente progressivas, e a magnífica voz de Przemyslaw Kajnet que se distingue particularmente no seu registo mais limpo. Apesar de ser o quarto longa duração do colectivo (e o primeiro a ter a mão de uma editora externa ao grupo), este é um trabalho muito diferente do álbum anterior, o estranho «The Serpent Design», provavelmente fruto da entrada dos novos teclista e baterista, e da evolução da banda nestes últimos cinco anos. Com claras alusões textuais e sónicas ao espectáculo circense, «Frozen Circus» é um disco refrescante e cheio de boas ideias, que promete arrebatar, finalmente, os Eternal Deformity do anonimato.

in CLIP (Diário de Aveiro), 31 Julho 2008

Sem comentários: