quinta-feira, 25 de setembro de 2008

ECHIDNA

«Insidious Awakening»
(Rastilho Records, 2008) [7.5/10]

Embora o ubíquo death/thrash melódico à moda sueca tenha já passado pela sua época áurea, de vez em quando ainda surge uma ou outra banda que reaviva esse espírito com tal perfeição que se torna simplesmente incontornável. É o caso dos Echidna, um colectivo de Vila Nova de Gaia que acabou de se estrear com um disco que transpira Arch Enemy e The Haunted por todos os poros, mas que evidencia, simultaneamente, um domínio invulgar de todos os aspectos criativos do género em causa assim como uma técnica exemplar no manejo de todos os instrumentos, em especial as guitarras, oferecendo assim um trabalho que é um autêntico festim para os sentidos. Com o magnífico vozeirão do Pedro Fonseca a fazer-nos recuar até aos melhores dias de Tomas Lindberg nos At The Gates, os guitarristas David Doutel e Pedro Lima debitam riffs cortantes mas sempre imbuídos de um permanente sentido de melodia, assim como excelentes leads que pouco ficam a dever a muitos nomes reverenciados das seis cordas. Munido com um dos sons mais fenomenais de sempre a sair dos estúdios UltraSound de Braga, «Insidious Awakening» é um trabalho enérgico e coeso que promete muitas dores de pescoço, sendo a prova viva de que os Echidna tem o que é necessário para passar à fase seguinte e descobrir o seu próprio nicho sónico. Talvez os seis minutos instrumentais que encerram o álbum sejam já um prenúncio de algo maior a surgir num próximo registo.

in CLIP (Diário de Aveiro), 25 Setembro 2008

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