sexta-feira, 17 de abril de 2009

MY DYING BRIDE

«The Lies I Sire»
(Peaceville, 2009) [8/10]

Conhecidos por transformar como ninguém os recantos mais sombrios das emoções humanas em peças únicas de música e poesia com tanto de sublime como de avassalador, os My Dying Bride estão de regresso com o disco que melhor resume, em termos estilísticos, tudo o que o colectivo britânico produziu nos últimos dez anos de actividade - desde o gothic/doom (aqui um pouco mais radio friendly) até às ocasionais tiradas death/black. Contudo o aspecto que mais sobressai é sem dúvida a reintegração do violino, cuja sonoridade confere a este décimo álbum um carácter que é por um lado vintage e por outro moderno em virtude do estilo de Katie Stone, a recém-chegada violinista, ser bem diferente do de Martin Powell. A utilização de voz de apoio em alguns temas e o facto de Aaron Stainthorpe se aventurar pontualmente em interpretações invulgares (e.g. em tons mais altos) são outros dos aspectos inéditos e atractivos deste novo disco. Todavia nem todas as ideias apresentadas resultam no melhor dos efeitos, havendo momentos menos inspirados com riffs e transições que soam algo dissonantes no contexto do que conhecemos do grupo, e que reduzem o impacto final de algumas faixas. No seu todo «The Lies I Sire» não é propriamente impressionante, particularmente se observado à luz de todo o trabalho anterior da banda. Ainda assim contém o suficiente para constituir uma adição imprescindível na colecção dos fãs, os quais terão novamente a oportunidade de se deixar envolver nesta expressão mais negra de desolação e melancolia que, paradoxalmente, lhes traz tanta felicidade.

in CLIP (Diário de Aveiro), 16 Abril 2009

1 comentário:

csa disse...

Olá!
Desta vez, já tinha lido.
Ontem vi o clip no café, li e fiquei com ele.
Concordo plenamente.
Embora tenho gostado deste último CD, acho que eles têm outros melhores.