«White Tomb»
(Profound Lore, 2009) [8.5/10]
Imaginem um híbrido de post hardcore e doom derivado de uns Neurosis ou Cult of Luna, com uma densa atmosfera drone a sugerir algo de vasto e apocalíptico, uma boa dose de black metal e um sentido épico maior do que a própria vida, e talvez fiquem com uma vaga ideia do que podem esperar deste ambicioso álbum de estreia dos irlandeses Altar of Plagues. Constituído por quatro faixas com durações entre dez a quinze minutos, «White Tomb» é um disco que se desenvolve tão lentamente quanto se possa imaginar, em crescendos que ganham corpo lentamente até explodirem em ondas de riffs arrasadores, percussões colossais e tempestades sónicas de desespero e raiva. A música faz-se de grandes excursões de intensidade com momentos de quase silêncio, linhas distantes de guitarra e camadas de teclados a conferir profundidade, alguns segmentos repetitivamente hipnóticos, e passagens torturadas de doom funerário marcadas por recitações de uma cólera pungente. Embora se situem, musicalmente, longe dos compatriotas Primordial, partilham com estes a convicção apaixonada que imprimem aos momentos mais abrasivos da música. Em termos líricos «White Tomb» move-se por entre questões ecológicas e ambientais, elaborando sobre uma imagem do choque entre civilização e natureza pintada em tons de negro. Apesar dos seus cinquenta minutos de duração, a composição minimalista tende a induzir uma certa sensação de insatisfação; de “saber a pouco”. Todavia, a verdade é que, por vezes, menos é mais, o que é sem dúvida o caso num álbum tão rico e multi-dimensional como este.
in CLIP (Diário de Aveiro), 25 Fevereiro 2010
(Profound Lore, 2009) [8.5/10]
Imaginem um híbrido de post hardcore e doom derivado de uns Neurosis ou Cult of Luna, com uma densa atmosfera drone a sugerir algo de vasto e apocalíptico, uma boa dose de black metal e um sentido épico maior do que a própria vida, e talvez fiquem com uma vaga ideia do que podem esperar deste ambicioso álbum de estreia dos irlandeses Altar of Plagues. Constituído por quatro faixas com durações entre dez a quinze minutos, «White Tomb» é um disco que se desenvolve tão lentamente quanto se possa imaginar, em crescendos que ganham corpo lentamente até explodirem em ondas de riffs arrasadores, percussões colossais e tempestades sónicas de desespero e raiva. A música faz-se de grandes excursões de intensidade com momentos de quase silêncio, linhas distantes de guitarra e camadas de teclados a conferir profundidade, alguns segmentos repetitivamente hipnóticos, e passagens torturadas de doom funerário marcadas por recitações de uma cólera pungente. Embora se situem, musicalmente, longe dos compatriotas Primordial, partilham com estes a convicção apaixonada que imprimem aos momentos mais abrasivos da música. Em termos líricos «White Tomb» move-se por entre questões ecológicas e ambientais, elaborando sobre uma imagem do choque entre civilização e natureza pintada em tons de negro. Apesar dos seus cinquenta minutos de duração, a composição minimalista tende a induzir uma certa sensação de insatisfação; de “saber a pouco”. Todavia, a verdade é que, por vezes, menos é mais, o que é sem dúvida o caso num álbum tão rico e multi-dimensional como este.
in CLIP (Diário de Aveiro), 25 Fevereiro 2010
2 comentários:
Mais um bom texto! :)
Ainda recentemente estive a ouvir novamente o CD e, ao ler esta crónica (em papel, publicada no Clip), reconheci todos os sons correspondentes aos aspectos referidos no texto.
É uma boa crítica, que pode levar o leitor a ouvir um bpm álbum.
Ouro sobre azul! :) :) :)
E cá vão os comentários sobre a emissão do CdP de ontem, dia 2.
Gostei muito dos Baroness e ainda mais da faixa do álbum antigo dos Absu, passado no Flashback.
A dos Paradise Lost também era bem interessante, embora bastante diferente do que conheço deles, mesmo o material antigo.
Tenho de continuar a minha formação. :)
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