segunda-feira, 20 de junho de 2011

A FOREST OF STARS

«Opportunistic Thieves of Spring»
(Lupus Lounge / Prophecy Productions, 2011) [9/10]

Publicado originalmente em meados de 2010, mas apenas do outro lado do Atlântico, chega-nos agora às mãos este brilhante segundo opus dos A Forest of Stars, um álbum que podemos arriscar descrever como uma fusão muito particular de estéticas doom e black metal, com uma grande variedade de aspectos ambientais, psicadélicos e sinfónicos. As composições são todas longas (entre 8 e 16’), desenvolvendo-se lenta e gradualmente entre passagens ritualistas de violino, flauta (ambos executados pela ex-My Dying Bride, Kati Stone) e piano, e segmentos avassaladores de riffs minimalistas e repetitivos de efeito hipnótico. Tirando a peça de abertura, “Sorrow’s impetus”, que é ao mesmo tempo a mais violenta e sombria e a menos interessante, tudo neste disco é grandioso e genial. O vocalista, Mr Curse, tem aqui uma performance impressionante que sobressai na sonoridade geral. Cada frase é pronunciada com uma postura quase teatral; uma convicção torturada que é particularmente notável no doomy “Summertide’s approach”, talvez pela forma como a cadência do ritmo base enfatiza as linhas vocais proferidas. Conquanto preserve o carácter estranho e oculto presente em «The Corpse of Rebirth», o disco anterior, este é, em média, um álbum bem mais fácil de assimilar, com música mais dinâmica e temas mais variados entre si – um trabalho melhor em todos os aspectos. Numa cena saturada de bandas sem imaginação, lá surge uma de vez em quando com o condão de induzir aquele raro arrepio na espinha que só acontece com as obras de excepção. Esta é uma delas.

in Clip (Diário de Aveiro), 16 Junho 2011

1 comentário:

csa disse...

Este já conheço e comprei-o hoje mesmo :)
Quem não conhecer, lê este texto, fica logo a ver o que é e cheio de vontade de ir ouvir :)