sexta-feira, 22 de julho de 2011

TESSERACT

«One»
(Century Media, 2011) [8/10]

Impressionaram no final de 2010 com «Concealing Fate», um EP de uma só peça que deixou muita gente de queixo caído pela genialidade com que fundiu sensibilidades várias desde o post-core ao progressivo, num exercício com partes iguais de emoção e técnica. Agora, neste que é o primeiro longa duração, o jovem quinteto britânico volta a apresentar o material do EP (dado que foi lançado só na Europa e esteve disponível apenas em edição digital), juntamente com mais cinco inéditos (destaco “Nascent” e “April”), que apesar de não acrescentarem nada de novo ao que já conhecíamos do épico «Concealing Fate» (claramente, a grande saliência deste disco), mantêm o mesmo cunho sónico feito de ritmos pulsantes e de texturas e tempos invulgares, firmemente ancorados em influências de Meshuggah, Textures e outras formações congéneres. Para além do notável trabalho de percussão e de baixo, «One» é muito valorizado pelas linhas vocais (limpas - também as há berradas) de grande beleza de Daniel Tompkis, cujo tom emotivo por vezes até faz lembrar Ray Alder dos Fates Warning. É certo que as composições não incluem solos de guitarra na acepção mais tradicional do termo, contudo a verdade é que a música da formação de Milton Keynes é suficientemente rica em termos de estrutura e de atmosfera para se manter apelativa mesmo sem eles. Com muitas tiradas de génio, um grande sentido de coerência e uma produção apostada em criar um som ‘ao vivo em estúdio’, «One» é um álbum do melhor que já se ouviu no chamado género djent, e que se recomenda particularmente aos fãs das bandas supracitadas.

in Clip (Diário de Aveiro), 14 Julho 2011

1 comentário:

csa disse...

Fiquei com vontade de ouvir o álbum :)